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Um juiz da Nova Zelândia aprovou nesta quarta-feira (23) a extradição para os Estados Unidos de Kim Schmitz, conhecido como Kim Dotcom, fundador da página de downloads Megaupload, acusado de fraude, extorsão e lavagem de dinheiro. “Não é a nossa última palavra. Apelamos da decisão”, declarou à imprensa Kim Schmitz, de 41 anos.

“Estou decepcionado. É tudo o que tenho a dizer. Desejo um Feliz Natal a todos. Agora volto para minha casa”, completou o alemão, que luta há quatro anos para impedir sua extradição.

O juiz Nevin Dawson decretou que há provas contundentes para autorizar a extradição. A ministra da Justiça do país, Amy Adams, que deve aprovar a extradição, informou que aguardaria a eventual apresentação de um recurso do acusado antes de decidir sobre o envio do réu aos Estados Unidos. “Não seria apropriado comentar”, disse.

Em caso de extradição, Kim Dotcom pode ser condenado a uma pena de até 20 anos de prisão nos Estados Unidos. Kim Dotcom e três ex-diretores do Megaupload – Finn Batato, Mathias Ortmann e Bram van der Kolk – são acusados de lucro ilegal de 175 milhões de dólares e de provocar um prejuízo de 500 milhões dólares aos donos dos direitos de filmes, músicas e outros produtos pirateados.

O juiz afirmou que quando o Megaupload atingiu o auge de popularidade chegou a ser responsável por 4% do tráfego da internet.

Dotcom, que foi detido em uma grande operação policial em sua mansão ao norte de Auckland em janeiro de 2012, nega todas as acusações. Kim Dotcom acusa o governo dos Estados Unidos de perseguição, com apoio da indústria do entretenimento americano. Também afirma que seu caso pode abrir um precedente para todos os internautas.

Dotcom alega que o Megaupload era uma plataforma de troca de arquivos, mas que com um total de 50 milhões de usuários por dia era impossível controlar todos os dados disponibilizados no site. Antes do veredicto, Kim Dotcom havia anunciado que continuaria com a batalha legal.

Kim Dotcom afirmou que tem recursos suficientes para sua defesa, depois que uma recente decisão judicial permitiu que recuperasse 50 milhões de dólares que estavam bloqueados em Hong Kong.

O alemão pretende solicitar na justiça de Hong Kong uma indenização de dois bilhões de dólares pelo fechamento de seu site. “Tenho a possibilidade de defender-me em Hong Kong e processar na justiça os que destruíram o que havia construído e isto significa que posso demandar indiretamente o governo americano por intermédio do ministério da Justiça de Hong Kong”, disse Dotcom. “Estou cansado de ficar na defensiva. Quero passar ao ataque e em 2016 terei a oportunidade”, completou.

Schmitz tinha autorização de residência permanente na Nova Zelândia, beneficiado por uma política de vistos favorável às pessoas com grandes fortunas.

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