Uma nova investigação jornalística do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) revelou neste domingo que 14 líderes mundiais em atividade esconderam bilhões de dólares em fortunas para evitar o pagamento de impostos.
Outros 21 líderes que desde então deixaram o cargo também esconderam propriedade e renda, de acordo com a nova investigação do ICIJ chamada Pandora Papers, que se concentra nas finanças secretas de mais de 300 funcionários públicos, incluindo ministros, juízes, prefeitos e generais de mais de 90 países em todo o mundo. O trabalho envolveu 600 jornalistas, que examinaram 1,9 milhões de documentos.
Três chefes de Estado latino-americanos ativos se destacam: Guillermo Lasso, do Equador, Sebastián Piñera, do Chile, e Luis Abinader, da República Dominicana, revelaram "The Washington Post", "El País", "BBC" e "The Guardian", alguns dos veículos de mídia que publicaram os vazamentos.
De acordo com a "BBC", Lasso, um ex-empresário e banqueiro, deixou de usar uma entidade panamenha para fazer pagamentos mensais a seus parentes e começou a usar outra entidade no Dakota do Sul, nos Estados Unidos. O estado se tornou uma espécie de paraíso fiscal em igualdade com algumas jurisdições na Europa e no Caribe.
Enquanto isso, Piñera supostamente tinha negócios secretos nas Ilhas Virgens Britânicas, e Abinader e outros membros da família possuem uma entidade offshore no Panamá, de acordo com o "Washington Post".
Os arquivos também incluem 11 ex-presidentes latino-americanos, entre eles o peruano Pedro Pablo Kuczynski; Porfirio Lobo, de Honduras; César Gaviria e Andrés Pastrana, da Colômbia; Horacio Cartes, do Paraguai; e Juan Carlos Varela, Ricardo Martinelli e Ernesto Pérez Balladares, do Panamá.
A investigação também revelou que o rei Abdullah II da Jordânia supostamente gastou US$ 100 milhões em casas de luxo na Califórnia e em outros lugares. Foram descobertos novos detalhes sobre os principais doadores estrangeiros ao Partido Conservador, do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
De acordo com a revista mexicana "Proceso", que também participou da investigação, os documentos analisados mostram que uma das famílias mais poderosas da Guatemala escondeu mais de US$ 13 milhões em fideicomissos opacos localizados nos Estados Unidos.
Os arquivos também detalham atividades financeiras questionáveis do chamado "ministro não oficial de propaganda" do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Além disso, de acordo com o ICIJ, o círculo interno do primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, incluindo membros de seu gabinete e suas famílias, escondeu milhões de dólares em empresas e entidades fora do país.
De acordo com os arquivos e conforme relatado pela "BBC", o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, e seis familiares também possuíam secretamente pelo menos 11 empresas offshore, uma das quais foi avaliada em US$ 30 milhões.
O ICIJ, com sede em Washington, ganhou notoriedade para os chamados Panamá Papers. Esse vazamento de 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca revelou em abril de 2016 que pessoas proeminentes de todo o mundo contrataram os serviços do agora extinto escritório para criar empresas offshore supostamente para fugir dos impostos.
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