
A rede terrorista Al-Qaeda tem um novo líder e, para preocupação dos americanos, ele conhece muito bem os Estados Unidos.O saudita Adnan Shukrijumah, 35, viveu 15 anos no país antes de se tornar o chefe de operações da Al-Qaeda, afirmou ontem o FBI (Polícia Federal americana). É a primeira vez que a rede tem um líder que conhece tão bem o solo e os costumes americanos o que o tornaria mais eficiente em identificar vulnerabilidades na segurança e como causar maior impacto com ataques menores em alvos mais sensíveis.
Nascido na Arábia Saudita, Shukrijumah morou em Nova York e depois seguiu para um subúrbio no sul da Flórida em 1995, quando seu pai, um clérigo muçulmano e missionário treinado na Arábia Saudita, decidiu assumir um posto na mesquita local. Na cidade, ele viveu com cinco parentes e estudou ciência da computação e química.
Em algum ponto no fim dos anos 90, segundo o FBI, Shukrijumah ficou convencido de que precisaria participar da guerra santa para combater a perseguição contra os muçulmanos em locais como Tchetchênia e Bósnia. Ele então foi para os acampamentos da Al-Qaeda no Afeganistão, onde aprendeu a usar armas automáticas, explosivos, além de táticas de batalha, vigilância e camuflagem.
Foi no Afeganistão que ele conheceu outro jovem recruta Jose Padilla, cidadão americano suspeito de planejar um ataque com bomba radioativa. Ele está preso desde 2007 em Miami, por apoio material ao terrorismo.
Shukrijumah e dois outros líderes fariam parte de um "conselho de operações externas" que planeja e aprova atentados terroristas e recruta agentes.
Segundo LeBlanc, Shukrijumah foi quem convenceu Najibullah Zazi e Zarein Ahmedzay, detidos por planejar atentados contra o metrô de Nova York, a voltar aos EUA para realizar o ataque. Ele foi indiciado como conspirador nos planos de ataque, a primeira acusação formal contra um homem procurado até então apenas como testemunha.
Ele também é suspeito de participação no planejamento dos ataques a bomba na Noruega e dos planos de atacar os metrôs de Londres, no Reino Unido. LeBLanc afirmou, contudo, que ainda não há provas de seu envolvimento nestes casos.
O saudita teria ainda percorrido os EUA de trem pouco antes dos ataques de 11 de setembro de 2001 e pouco depois visitou o Canal do Panamá, para um plano nunca executado de interromper o comércio no local explodindo um dos barcos.



