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Pelo menos 22 pessoas foram assassinadas e outras três ficaram feridas em um novo massacre ocorrido nesta quinta-feira (6) em um subúrbio de Guayaquil, aparentemente causado por um conflito entre gangues criminosas rivais, segundo informou a Polícia Nacional do Equador.
O massacre ocorreu por volta das 15h (horário local, 17h de Brasília), em diferentes pontos do distrito de Nueva Prosperina, localizado nos arredores de Guayaquil, atualmente a cidade mais populosa do Equador e um dos epicentros da crise de violência que o país vive devido ao aumento do crime organizado.
Segundo a imprensa local, que cita fontes policiais, a maioria das vítimas estava concentrada no bairro Socio Vivienda 2, onde um esquadrão de aproximadamente 20 homens armados atacou diferentes casas.
Inicialmente, a polícia atribuiu o massacre a um conflito entre duas facções da gangue criminosa Los Tiguerones, que lutam pela supremacia dentro dessa organização e pelo controle de diferentes áreas da cidade.
Segundo testemunhas, os agressores desceram para a área pelas encostas das montanhas que cercam o bairro para evitar o controle militar na entrada principal.
Entre os mortos e feridos, vários tinham condenações anteriores por roubo, tráfico de drogas e porte de armas.
A polícia permanece em alerta para a possibilidade de represálias semelhantes por esta ação por parte da facção que foi atacada.
Prefeito fala em "barbaridade"
O prefeito de Guayaquil, Aquiles Alvarez, afirmou em mensagem nas redes sociais que "a situação em Nueva Prosperina é uma barbaridade" e estimou o número de vítimas em 25, embora esse número ainda não tenha sido confirmado pela polícia ou pelo Ministério Público.
"Nueva Prosperina é um campo de batalha, deixando indefesos os moradores, que hoje vivem com medo", disse o prefeito, que é apoiado pelo correísmo, principal força de oposição ao atual presidente, Daniel Noboa, e que é liderada pelo ex-governante do país, Rafael Correa.
"Os números são assustadores: 180 mortes violentas neste distrito até agora neste ano. Um número que só cresce e mostra que a situação não está sob controle", acrescentou.
Epicentro da violência
Guayaquil está dentro do último dos sucessivos estados de exceção decretados pelo presidente Noboa para enfrentar o crime organizado, ao qual declarou "guerra" no início de 2024 ao anunciar que o país estava em "conflito armado interno" e quando passou a classificar as gangues criminosas como organizações terroristas.
As gangues criminosas estão por trás da escalada de violência que levou o Equador a ser classificado como o país latino-americano com a maior taxa de homicídios em 2023, enquanto 2025 começou como o ano mais violento já registrado, com uma média de aproximadamente um assassinato por hora.
Essa onda de violência criminosa acontece em meio ao processo eleitoral no Equador, que em 13 de abril realizará o segundo turno das eleições presidenciais entre Noboa, que busca a reeleição para um mandato completo (2025-2029), e a candidata presidencial do correísmo, Luisa González.




