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Outono europeu

Novo premiê italiano tem missão anticrise

Mario Monti deve indicar um gabinete de ministros com perfil técnico para administrar medidas de austeridade econômica

Mario Monti falou em necessidade de esforço comum dos italianos para enfrentar a situação de emergência | Stefano Rellandini/Reuters
Mario Monti falou em necessidade de esforço comum dos italianos para enfrentar a situação de emergência (Foto: Stefano Rellandini/Reuters)

A Itália se apressou e, menos de 24 horas após a renúncia de Silvio Berlusconi, o presidente Giorgio Napolitano pediu a Mario Monti que forme um novo governo. Sua missão será tirar o país do atoleiro econômico que colocou a administração local à beira de um calote e ameaça arrastar toda a Europa para uma profunda recessão. A pressa na troca de comando é justificada pela tentativa de convencer os mercados e os demais líderes europeus de que a Itália se deu conta de seus problemas e pretende enfrentá-los com urgência. "É indispensável recuperar a confiança da Europa e da comunidade internacional", afirmou Napo­­litano.

Monti é um economista discreto, com convicções liberais e que chega ao principal cargo do país sem ter passado pelo voto. Precisa agora montar seu gabinete, que, especula-se, será pequeno (12 mi­­nistros) e com perfil técnico. For­­mado em economia, o novo premiê deu aula e trabalhou anos na iniciativa privada até ser indicado como comissário europeu, quando cuidou do processo antitruste contra a Microsoft.

O tecnocrata de poucas palavras reforça as definições de que seria, ao menos nas atitudes, a antítese de Berlusconi – o falastrão famoso pelas gafes e pelas festas "bunga bunga", organizadas em sua casa com garotas de programa.

"Pretendo cumprir minha ta­­refa com grande senso de responsabilidade. Em momento de particular dificuldade para a Itália e de turbulência para a Europa e o mundo, nosso país precisa encarar seus desafios", disse Monti.

Por ora, ele tem o apoio dos principais partidos italianos, in­­clusive o Povo da Liberdade, de Berlusconi. Mas há divergências sobre a duração do governo. O presidente Napolitano diz que a grave crise não permite ao país viver as incertezas de uma campanha eleitoral. Prefere manter o calendário de eleições em 2013. O partido Povo da Liberdade quer antecipá-las.

Monti terá de implementar o novo pacote de austeridade que foi aprovado pelo Parlamento na sexta e no sábado.

Entre as medidas estão aumento do imposto sobre o consumo, congelamento dos salários do setor público até 2014 e elevação da idade mínima para aposentadoria. Além de privatizações. Tu­­do para baixar a dívida, que atingiu 1,9 trilhão de euros (R$ 4,5 tri), ou 121% do PIB.

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