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O presidente eleito do México, Enrique Peña Nieto, embarca na semana que vem para outros países latino-americanos, buscando aprofundar a cooperação comercial e no combate ao narcotráfico. Em sua primeira viagem importante desde que foi confirmado como vencedor da eleição presidencial, Peña Nieto iniciará o itinerário pela vizinha Guatemala, e deverá se reunir depois com líderes do Brasil, Colômbia, Argentina, Peru e Chile. A posse dele como presidente será no início de dezembro.

A economia local vive uma boa fase, e o político centrista espera aproveitar isso para aumentar a visibilidade do México no cenário internacional, depois de o país passar os últimos anos sendo ofuscado pelo Brasil.

"Olhando para o Caribe, a América Central e a América do Sul, com cuja história e língua nos identificamos, precisamos encontrar mais oportunidades para que esses países estejam presentes no México, e para que estejamos presentes neles", disse Peña Nieto na segunda-feira numa reunião com líderes empresariais locais.

Mas assessores dele salientam que os EUA -destino de cerca de 80 por cento das exportações mexicanas- continuarão sendo a prioridade na política externa do país. Nos últimos anos, no entanto, a economia mexicana tem se tornando menos dependente da norte-americana, e o país tem intensificado seus laços com a América do Sul e a China.

As exportações mexicanas para outros países da América Latina saltaram de 3 por cento do total em 2000 para 7 por cento no ano passado. A etapa mais prolongada da viagem será o Brasil, onde Peña Nieto se reunirá com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com líderes empresariais, no dia 19. No dia 20, ele será recebido pela presidente Dilma Rousseff.

O Brasil passou a última década atraindo a atenção internacional com um desempenho econômico bem superior ao do México. Mas isso mudou desde o ano passado, e em 2012 o México deve crescer cerca de 4% -- quase o dobro do que o Brasil.

Grupos empresariais esperam que os dois países avancem na busca por um acordo de livre comércio, após cerca de 15 anos de tentativas frustradas. Mas, após atritos no começo do ano, quando o Brasil pressionou o México a aceitar uma moratória de três anos em suas exportações automotivas, um tratado de livre comércio ainda parece distante.

"Temos de ver detalhes sobre se seria um acordo de livre comércio ou acordos setoriais, mas nossa visão é de que precisamos ver como as economias podem se complementar", disse Emilio Lozaya, assessor de política externa do futuro presidente. Outra fonte da equipe de transição disse que Brasil e México deverão buscar uma relação de aliança, e não de competição.

Peña Nieto, de 46 anos, costuma citar a Petrobras como modelo para uma reforma na estatal petrolífera mexicana Pemex, mas terá dificuldades para aprovar no Congresso o seu modelo para o setor energético

Segurança

Paralelamente a assuntos econômicos, Peña Nieto também deve buscar soluções para o problema da segurança. Nos últimos seis anos, cerca de 50 mil pessoas morreram no país em decorrência da "guerra ao narcotráfico" declarada pelo atual governo.

A questão das drogas estará particularmente presente na visita de Peña Nieto à Colômbia, país que também precisou enfrentar a ameaça dos cartéis do narcotráfico. Oscar Naranjo, ex-"czar" antidrogas da Colômbia, já foi convidado para assessorar Peña Nieto, e os dois devem se reunir durante a visita.

Peña Nieto promete manter basicamente a abordagem do seu antecessor para o problema, e promete duplicar os gastos em segurança, aumentar a polícia federal e reprimir com mais vigor a lavagem de dinheiro. Ele deve discutir a questão da segurança também com o presidente da Guatemala, Otto Pérez, a quem visita na segunda-feira. A imprensa mexicana diz que a violência na região da fronteira entre esses dois países tem disparado.

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