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O jornal The New York Times informou neste domingo (16) que a Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) interceptou as comunicações de um escritório de advocacia americano que defendeu a Indonésia em uma disputa comercial com os Estados Unidos.

A informação foi obtida em mais uma remessa de documentos do ex-prestador de serviço da agência Edward Snowden, que desde junho vem revelando os detalhes da espionagem de dados e internet feita pelo governo americano.

Segundo a publicação, um documento da NSA de fevereiro de 2013 menciona que a Australian Signals Directorate, a parceira australiana da agência, interceptava os contatos entre funcionários do governo da Indonésia e os advogados americanos.

Na comunicação entre as agências, os australianos disseram que, dentre os dados interceptados, poderia haver informações que feririam a proteção americana à privacidade das conversas entre advogados e seus clientes.

O escritório de advocacia espionado e a disputa internacional em que Estados Unidos e Indonésia estavam envolvidos não foi revelada no documento. No período, o escritório Mayer Brown assessorava os indonésios em temas comerciais referentes à importação de cigarros de cravo e camarões. Os dois produtos foram proibidos em território americano, o que fez os indonésios entrarem com uma ação na OMC (Organização Mundial do Comércio). O país asiático venceu no caso dos cigarros, enquanto Washington retirou neste ano a causa relativa aos camarões.

Espionagem Econômica A nova revelação é mais um caso de espionagem econômica feita pela NSA e suas parceiras. Inicialmente, a agência afirmou que o programa de monitoramento de dados tinha como objetivo o combate ao terrorismo internacional.

No entanto, o argumento foi quebrado com a descoberta da interceptação de dados da brasileira Petrobras, revelado em agosto, e da petroleira francesa Total, que foi conhecido em dezembro. Esta também é a primeira vez que se descobre que a NSA teria espionado a relação entre advogado e clientes. Os primeiros detalhes sobre a espionagem exercida pelos americanos foram publicados em junho e mostram interceptações que atingiram indivíduos em todo o mundo, incluindo dirigentes mundiais como a presidente Dilma Rousseff e a alemã Angela Merkel. Dilma adiou visita de Estado a Washington, mas só Merkel recebeu a promessa de não ser mais espionada. Os dois países lideraram um projeto que virou resolução da ONU para que os países revejam os protocolos dos serviços de inteligência para evitar espionagem.

Em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou uma série de medidas para diminuir a intrusão da espionagem americana, as quais foram consideradas insuficientes por analistas e por alguns países.

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