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População está desolada com atentados que trouxeram o horror do terrorismo ao centro de Oslo | Jan Johannessen/AFP
População está desolada com atentados que trouxeram o horror do terrorismo ao centro de Oslo| Foto: Jan Johannessen/AFP

Pista

Suspeito comprou 6 toneladas de fertilizante

O homem de 32 anos suspeito da explosão em Oslo e da chacina na Ilha de Utoeya comprou seis toneladas de fertilizantes antes dos massacres, segundo informou um fornecedor. Oddny Estenstad, uma porta-voz da fornecedora de suprimentos agrícolas Felleskjopet, confirmou que o suspeito comprou seis toneladas de fertilizantes dez semanas atrás. Fertilizantes artificiais são altamente explosivos e podem ser usados em bombas caseiras. Estenstad informou que a polícia foi alertada sobre a compra após a descoberta de que o rapaz de 32 anos era suspeito dos ataques.

A polícia informou que o apartamento em que ele mora foi invadido durante a madrugada de sábado após o vazamento.

Agência Estado

Europa em alerta

Os atentados de sexta-feira na Noruega entram para a história dos grandes ataques que comoveram a Europa ocidental desde os anos 90:

25 de julho de 1995 – Uma bomba explode em um ramal da estação de trem de Saint Michel, em pleno coração de Paris, causando oito mortes e 150 feridos. O atentado foi atribuído a extremistas islâmicos argelinos.

15 de agosto de 1998 – O Reino Unido sofre o pior ataque nos 30 anos do conflito na Irlanda do Norte com a explosão de um carro-bomba em Omagh, na província de Ulster, que deixou 29 mortos e 220 feridos.

11 de outubro de 2002 – Uma bomba em um centro comercial de Vataa, nos arredores de Helsinki, na Finlândia, deixa seis mortos – entre eles o autor do ataque – e mais de 80 feridos.

11 de março de 2004 – Dez bombas explodem nas primeiras horas da manhã em quatro trens de Madri e em outras localidades dos subúrbios da capital espanhola, matando 191 pessoas e deixando dois mil feridos. O atentado foi reivindicado por uma célula islâmica radical em nome da Al-Qaeda.

7 de julho de 2005 – Quatro atentados suicidas coor­­denados e perpetrados em plena hora do "rush" em três linhas do metrô e em um ônibus de Lon­­dres deixam 56 mortos e 700 feridos.

30 de dezembro de 2006 – Membros do grupo separatista basco ETA explodem uma van carregada de explosivos em um estacionamento do aeroporto Madrid-Barajas, matando dois.

Jovens pularam em lago em pânico, dizem testemunhas

As pessoas que estavam no acampamento anual da juventude do Partido Trabalhista da Noruega na ilha de Utoeya – cerca de 700 – se reuniram para saber informações sobre o bombardeio na capital Oslo. Foi na­­quele momento que um homem, trajando uniforme de polícia, se aproximou do grupo e abriu fogo indiscriminadamente. Foi o que relatou à BBC Adrian Pracon, que estava trabalhando em uma cabine de informações na ilha. "Vi pessoas caindo mortas bem na minha frente. Então eu corri em direção à area onde estava montado o acampamento e vi o homem armado – duas pessoas estavam tentando conversar com ele e, dois segundos depois, já haviam sido ambas baleadas", contou Pracon.

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O Exército e a polícia da No­­ruega reforçaram a segurança em torno dos prédios e instituições po­­tencialmente ameaçados e trabalham com a existência de um cúmplice no duplo atentado cometido em Oslo e em uma ilha vizinha à capital. Se­­gundo o último balanço da polícia, ao menos 92 morreram.

As autoridades se baseiam em relatos de testemunhas oculares na busca pelo suspeito que teria agido na explosão na zona da sede do governo, que deixou sete mortos e 15 feridos. A segunda série de ataques, em que um atirador matou ao menos 85 na ilha de Utoeya, ocorreu apenas duas horas depois.

"A zona da sede do governo permanecerá isolada até nova ordem. A polícia e o Exército vão proteger os prédios e as instituições sob potencial ameaça", in­­formou a polícia de Oslo. "A situação no centro de Oslo já não é caótica e a orientação para evitar a região foi suspensa", destacou a polícia.

A ação mais sangrenta ocorreu na ilha de Utoeya, onde a maioria das vítimas eram jovens que participavam de uma colônia de férias do Partido Traba­­lhista, no poder.

Perfil

Segundo a imprensa local, o atirador capturado na ilha é um homem de 32 anos, de nacionalidade norueguesa, ligado a mo­­vimentos de extrema direita. Ele foi identificado como Anders Behring Breivik.

Testemunhas do ataque na ilha de Utoeya revelaram que o homem – com traços nórdicos e que falava norueguês – disparou contra as vítimas com um fuzil automático.

Ele se encontra sob custódia enquanto é interrogado sobre os dois ataques. As autoridades afir­­maram que o atirador disparou durante pelo menos 30 mi­­nutos antes de os agentes de polícia che­­garem à ilha, onde as buscas continuavam na manhã de ontem. O oficial Andersen informou que o homem levado em custódia "tem sido claro nas ex­­plicações sobre seus atos".

A polícia da Noruega identificou o suposto autor do ataque como um norueguês "fundamentalista cristão", com "opiniões hostis ao Islã". Breivik foi detido após o massacre na ilha.

Em uma busca em seu domicílio após os ataques, a polícia encontrou várias mensagens pos­­­­tadas na internet com conteúdo ultradireitista e anti-islã, segundo declarações policiais à tevê pública NRK.

A polícia declarou que o suspeito publicou declarações de extrema direita na internet, mas o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, disse que ainda era cedo para conhecer os motivos dos ataques.

Testemunhas relataram que o agressor entrou no acampamento juvenil social-democrata com uniforme da polícia e se iden­­tificou como tal para ter acesso ao local. O primeiro-ministro norueguês classificou o atentado de a "pior tragédia desde a Segunda Guerra Mun­­dial".

Stoltenberg fez a declaração em um pronunciamento à po­­pu­­lação na manhã de sábado. "Foi um ataque ao paraíso da minha juventude, transformado agora em um inferno", acrescentou o político, que antes do atentado marcara uma visita à ilha, lugar que visitou quando era jovem para participar do acampamento.

Emergência

A despeito do choque provocado pelos ataques no país, a Noruega não elevou o nível de apreensão para atentados na capital e na ilha de Utoeya, informou o Mi­­nistério de Justiça.

O ministro da Justiça, Knut Stor­­berget, acrescentou que o governo mantém uma comunicação constante com a polícia e que continua avaliando a situação. "O debate sobre o nível de alerta prossegue", disse Stor­­berget.

Inicialmente, a polícia informou que 10 pessoas haviam sido assassinadas na ilha, mas alguns sobreviventes declararam que o número era muito maior.

Serviço:

A embaixada brasileira na Noruega divulgou o número de emergência (00xx21) 47 93 45 00. 92 para brasileiros que estejam no país.

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