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Debate

O mal-estar das civilizações

Ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento traz ao Brasil oito pensadores dispostos a falar sobre questões do mundo atual

Shermer, psicólogo cético | Divulgação
Shermer, psicólogo cético (Foto: Divulgação)
Elbaradei: Nobel da Paz |

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Elbaradei: Nobel da Paz

Greenaway: cineasta polêmico. |

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Greenaway: cineasta polêmico.

Filósofo Michel Onfray é autor de Tratado de Ateologia e se apresenta em São Paulo em outubro |

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Filósofo Michel Onfray é autor de Tratado de Ateologia e se apresenta em São Paulo em outubro

Evento começa amanhã com Amartya Sen, Nobel de Economia |

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Evento começa amanhã com Amartya Sen, Nobel de Economia

Todorov (linguista) |

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Todorov (linguista)

Greenfield (cientista) |

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Greenfield (cientista)

Sinclair (arquiteto) |

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Sinclair (arquiteto)

A cada ano, uma ideia – às vezes uma pergunta ou uma provocação – orienta as escolhas do ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento (citado daqui em diante como "o Fronteiras"). Neste ano, a versão paulistana do ciclo, criado em Porto Alegre, pediu aos pensadores escolhidos que falem sobre o mal-estar das civilizações contemporâneas.

"É possível dizer que vivemos numa época em que há um novo mal-estar da civilização?", diz Fernando Schüler, curador do Fronteiras, numa referência ao texto homônimo que Sigmund Freud, o criador da psicanálise, publicou em 1930. "Um mal-estar criado pela perda da crença na social-democracia de países europeus, nas sociedades democráticas [em geral], movido pela reemergência dos regimes fundamentalistas e pelo recrudescimento da ameaça atômica? É possível encontrar elementos civilizatórios em meio a esse processo de crise?"

As perguntas são muitas e Schüler apresenta uma parte delas. Várias questões que preocupam o mundo atual estão na pauta das conferências. À razão de uma por mês, elas começam amanhã com o Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen e seguem com um cineasta controverso (Pe­­ter Greenaway), um arquiteto humanista (Cameron Sin­­clair), um psicólogo cético (Michael Shermer), um filó­­sofo ateu (Michel Onfray), um diplomata vencedor do Prêmio Nobel da Paz (Mo­­ha­­med Elbaradei), um linguista preocupado com o des­­tino da literatura (Tzvetan To­­dorov) e uma cientista que sonha em descobrir a cura para o mal de Alzheimer (Susan Gre­­enfield).

O elenco foi reunido pelo time do Fronteiras – encabeçado por Schüler. Em en­­trevista por telefone, o cura­­dor explica que a escolha dos temas a serem abordados nos painéis é uma via de duas mãos, com sugestões partindo tanto dos convidados quanto da organização. E conta em primeira mão que todos as conferências farão parte de um canal digital a ser criado pelo Fronteiras até agosto que vem.

Além das apresentações, o canal (dentro do domínio www.fronteiras.com) terá também outros filmes produzidos no espírito do evento, como o curta-metragem Peixe Vermelho, estrelado pelo cineasta norte-americano David Lynch. Hoje, o Fronteiras tem um canal no YouTube.

Entre os tópicos deste ano – e dentro dessa percepção de um novo mal-estar da civilização –, está o impacto das novas tecnologias nas relações afetivas, na maneira de ser das pessoas e até no funcionamento do cérebro.

Alzheimer

Odiada por seus colegas por ser uma cientista que não se importa em aparecer na mídia falando sobre o que carrega na bolsa (isso aconteceu de fato, para uma revista feminina), a inglesa Susan Greenfield sonha em descobrir uma cura para o mal de Alzheimer. Em entrevistas, ela comenta que não é contra as tecnologias digitais, mas defende que há evidências para os efeitos colaterais relacionados a elas. E, diz ela, não é preciso realizar experiências em laboratório para verificar isso.

Na revista New Scientist, Susan citou a televisão em torno da qual a sua família se reunia como um contraponto para o computador que as pessoas utilizam hoje sozinhas no quarto. É um exemplo simples, mas ela, em seguida, emenda algumas pesquisas recentes que confirmam o seu ponto de vista.

O Fronteiras do Pensa­­men­­to tem também uma ca­­racterística de espetáculo – os conferencistas se apresentam para um público com mais de mil pessoas no belo espaço da Sala São Paulo, casa da Orquestra Sinfônica de São Paulo.

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