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Jorge Rafael Videla, durante o veredito de seu julgamento de 2012 | Reuters/Jeffrey Markowitz
Jorge Rafael Videla, durante o veredito de seu julgamento de 2012| Foto: Reuters/Jeffrey Markowitz

O ditador mais cruel da Argentina. Assim ficou conhecido o ex-general Jorge Rafael Videla, que governou o país entre 1976 e 1981 com mãos de ferro, período marcado por violações aos direitos humanos. Apesar da má fama construída durante e após seu mandato, foi somente em abril do ano passado que o argentino reconheceu, pela primeira vez, que seu governo eliminou "entre sete mil e oito mil pessoas", número que pode ser ainda maior segundo as organizações de direitos humanos.

Videla nasceu em 2 de agosto de 1925 em Mercedes, uma cidade a 100 quilômetros de Buenos Aires, e começou a sua carreira militar em 1942. Em 1975, a então presidente da Argentina, Isabel Perón, o nomeou chefe do Exército e decretou que as Forças Armadas aniquilariam a "subversão", referindo-se aos guerrilheiros que haviam surgido inclusive dentro do peronismo. Mas Videla e os chefes da Marinha e da Força Aérea derrubaram a viúva de Juan Domingo Perón no ano seguinte, para fortalecer o terrorismo de Estado já haviam começado a exercer.

O argentino liderou o golpe militar de 24 de Março 1976 como chefe do exército. A junta militar foi composta pelo almirante Emilio Eduardo Massera, da Marinha, e o brigadeiro Orlando Ramón Agosti, da Força Aérea. Em 29 de março, Videla assumiu a Presidência, cargo que ocupou até ser substituído por Roberto Eduardo Viola, em 1981.

Após a restauração da democracia em 1983, foi julgado e condenado à prisão perpétua e destituído do cargo militar dois anos depois por inúmeros crimes contra a humanidade cometidos durante seu governo. Videla foi o primeiro governante da ditadura Argentina condenado à prisão perpétua, quando em 2010, o Tribunal considerou-o culpado do assassinato de trinta presos políticos em 1976.

No ano passado, um tribunal condenou o ex-ditador a 50 anos de prisão pelo plano sistemático de roubo bebês, filhos de perseguidos ou desaparecidos durante a ditadura. Segundo a Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (Conadep), o número de opositores mortos durante seu mandato chegaria a quase nove mil, ao passo que órgãos de direitos humanos falam em 30 mil casos.

Videla teve quatro irmãos. Se casou em 1948 com Alicia Raquel Hartridge e tiveram sete filhos.

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