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Imagem do trânsito de Vênus (o ponto escuro na parte inferior direita do Sol) ocorrido em 8 de junho de 2004, feita por Laurent Banguet e Richard Ingham, em Nova York | Stan Honda/AFP
Imagem do trânsito de Vênus (o ponto escuro na parte inferior direita do Sol) ocorrido em 8 de junho de 2004, feita por Laurent Banguet e Richard Ingham, em Nova York| Foto: Stan Honda/AFP

2117

é ano do próximo trânsito de Vênus, depois do fenômeno que ocorre nos próximos dias 5 e 6. O Brasil poderá ver todo o evento em 2125.

As próximas terça e quarta-feira serão dias grandes para a astronomia. É quando ocorre o trânsito de Vênus, visível em boa parte do mundo, mas não no Brasil – a não ser pelo extremo oeste do país. Depois deste, o próximo será só em 2117.

Em séculos anteriores, o fenômeno já ajudou na medição do tamanho da Terra e da distância entre o globo terrestre e o Sol. Com a era espacial, radares passaram a fazer o serviço que antes era realizado mais à base de cálcu­­los e observação. Porém, rapidamente, os cientistas descobriram outra utilidade para o fenômeno astronômico.

A passagem de Vênus entre o Sol e a Terra ganha o no­­me de "trânsito" porque não­­ chega a ser um eclipse so­­lar, embora seja semelhante. Pelo tamanho e pela posição dos planetas – além de Vênus, há também o trânsito de Mercúrio –, eles não chegam a tapar o Sol.

"Vênus produz uma pequeníssima diminuição na luz solar observada, como um ruído. Assim podemos observar as características da atmosfera do planeta que transita", explica o astrônomo Dietmar William Foryta, professor do­­ departamento de Física da­­ Universidade Federal do Para­­ná (UFPR).

Tudo que se sabe em relação a Vênus pode então ser usado para entender melhor planetas que existem fora do Sistema Solar, os chamados planetas extrassolares, que orbitam outras estrelas. "A observação de fenôme­­nos astronômicos raros despertam o inte­­resse pela As­­tro­­­­­­nomia e­­ ciência em geral.­­ Vários ques­­tio­­namen­­tos so­­bre­­­­ o Uni­­ver­­so­­ são imedia­­ta­­men­­te des­­per­­­­tados quando um­­ leigo­­ vis­­lum­­­­bra um­­ fe­­­­­­­­nô­­meno­­ as­­tro­­­­­­­­nômico­­ in­­co­­­­­mum", diz­­ o­­ pro­­­­fessor­­ de Fí­­­­si­­­­ca Rogério To­­nio­­­lo, da Pon­­tifícia Univer­­si­­dade Católica do Paraná (PUC­­PR).

A Agência Espacial Ame­­ricana (Nasa, na sigla em inglês) fará uma transmissão ao vivo do trânsito de Vênus em sua página na internet, a começar às 18h30 de terça-feira. Mais tarde, vídeos do fenômeno devem aparecer no YouTube.

Para José Luís Manoel da Silva, diretor do Observatório Astronômico e Planetário do Colégio Estadual do Paraná, ver o fenômeno "é como apertar a mão de um craque de futebol".

O trânsito de Vênus será do Leste para Oeste e terá a duração de 6 horas e 40 minutos, de acordo com cálculo feito pela Nasa.

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