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Shimon Peres, 83 anos, foi eleito nesta quarta-feira presidente do Estado de Israel após uma votação no Parlamento, ponto culminante de uma carreira política de longevidade excepcional.

Membro mais antigo do Parlamento, à frente da vida política há quase meio século, Shimon Peres estava seguro de sua vitória após a desistência de seus dois concorrentes ao fim do primeiro turno.

Ele foi eleito no segundo turno por 86 votos a 23. Em seguida os deputados foram convocados a se pronunciar a favor ou contra sua eleição.

A Knesset conta com 120 membros, e 119 deputados participaram da votação. Houve oito votos em branco e dois nulos.

No primeiro turno, Peres obteve 58 votos, o deputado do Likud (direita) Reuven Rivlin teve 37 votos e a deputada trabalhista Colette Avital 21.

A Knesset foi convocada para eleger o nono presidente do Estado de Israel, uma função antes de tudo protocolar, para suceder Mosheh Katzav, que caiu em desgraça ao ser acusado de estupro de assédio sexual.

O mandato de sete anos de Katzav, suspenso no final de janeiro de suas funções, termina em julho.

Rivlin, ex-presidente do Parlamento e considerado um "falcão" da direita, tinha o apoio de seu partido, o Likud, e das formações de extrema-direita por sua veemente oposição à retirada unilateral da Faixa de Gaza e ao desmantelamento das colônias em 2005.

A candidata do Partido Trabalhista, a deputada e ex-diplomata Colette Avital, 67 anos, apoiada apenas por seu próprio partido, era considerada uma 'outsider'.

Peres, número dois do governo de Ehud Olmert, foi beneficiado pela base do Kadima, formação centrista da qual faz parte, pelo apoio do Partido dos Aposentados, também representado no governo, e dos ultra-ortodoxos do Shass.

Prêmio Nobel da Paz e ex-primeiro-ministro, Peres possui uma aura internacional e goza de forte apoio da opinião pública para ocupar a função simbólica de autoridade moral de presidente.

Se considera preparado para fornecer uma "última contribuição" ao país, após uma carreira política fora do comum.

Em meio à população, Peres tinha ampla preferência com 60% de opiniões favoráveis, segundo uma recente pesquisa, contra 22% para Rivlin e 6% para Colette Avital.

A votação foi iniciada pouco depois da abertura da sessão da Knesset pela presidente da Câmara Dalia Yitzik, que assumiu a presidência do país de forma interina depois da suspensão de Katzav.

Um após outro e sob os olhos das câmeras de televisão que transmitiam toda a votação ao vivo, os deputados eram chamados a depositar suas cédulas de voto atrás de uma cabine.

Para tentar evitar eventuais deserções entre os deputados a favor de Peres, Olmert tentou em vão impor uma lei para organizar uma votação com as mãos erguidas.

Desta vez, Peres conseguiu quebrar sua reputação de eterno perdedor.

Ele foi surpreendentemente derrotado nas últimas eleições presidenciais em 2000 por Katzav, candidato da direita, quando os deputados mudaram de opinião no último minuto na cabine, após terem assegurado seu apoio a Peres.

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