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Mudança

Obama apoia o novo premiê do Iraque

Haidar al-Abadi, xiita indicado como novo premiê iraquiano, ganha respaldo dos EUA, isolando o atual chefe de governo Nuri al-Maliki

Obama considerou que o Iraque deu “um passo promissor” ao escolher Haidar al-Abadi (centro) como o novo primeiro-ministro, enfraquecendo assim o atual chefe, Nuri al-Maliki (à direita) | Kevin Lamarque/Reuters; Ahmed Saad/Reuters; Thaier al-Sudani/Reuters
Obama considerou que o Iraque deu “um passo promissor” ao escolher Haidar al-Abadi (centro) como o novo primeiro-ministro, enfraquecendo assim o atual chefe, Nuri al-Maliki (à direita) (Foto: Kevin Lamarque/Reuters; Ahmed Saad/Reuters; Thaier al-Sudani/Reuters)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu seu apoio ontem ao deputado xiita Haidar al-Abadi, que mais cedo foi nomeado como o novo primeiro-ministro do Iraque. O respaldo do líder americano isola mais o atual chefe de governo, Nuri al-Maliki, que governa o país desde 2006 e foi apoiado pelos Estados Unidos. Para Maliki, a nomeação de Abadi é ilegal por ter sido feita fora do prazo legal previsto pela Constituição.

Em pronunciamento durante suas férias na ilha de Martha’s Vineyard, no estado de Massachusetts, Obama disse que ligou para parabenizar Abadi e pediu que as vertentes políticas do Iraque consigam tomar passos conciliadores. "Não há solução militar para resolver o problema iraquiano. A única solução é um governo inclusivo. Hoje o Iraque tomou um passo promissor neste sentido. Desejamos os parabéns e que eles consigam formar um governo o mais rápido possível", afirmou.

O apoio de Obama acontece em meio à tensão provocada na política iraquiana com a nomeação de Abadi. Ontem, Maliki se recusou a deixar o cargo (leia mais nesta página).

O atual primeiro-ministro esperava ser nomeado para o terceiro mandato. Porém, foi rejeitado por seu partido e outros setores do governo iraquiano, que foram pressionados pelos Estados Unidos e pelo conflito com o Estado Islâmico.

Interferência

Devido ao radicalismo encarnado por Maliki nos últimos anos, os Estados Unidos tinham evitado interferir no conflito até que o Estado Islâmico chegou ao Curdistão iraquiano, área mais estável do país e com forte presença americana.

Na última quinta-feira, Obama disse que atacaria o Iraque "para evitar um genocídio", em referência às invasões do grupo radical a cidades das minorias yazidis e cristãs, que provocaram a saída repentina de quase 300 mil refugiados. São as primeiras ações militares dos EUA desde que o governo Obama completou o processo de retirada das tropas norte-americanas no fim de 2011.

Maliki se aferra ao cargo e quer "corrigir erro"

Agência Estado

O atual primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, voltou a repudiar a indicação do porta-voz de seu próprio partido, Haider al-Abbadi, como novo premiê do país. Em depoimento em rede nacional de tevê na noite de ontem, Maliki disse que quer "assegurar ao povo do Iraque e aos grupos políticos que não há valor nenhum nessa nomeação".

"Meu mandato ainda é válido e nós vamos, com certeza, corrigir esse erro", prometeu o primeiro-ministro, desafiando o presidente iraquiano, Fuad Masum. Ele ameaçou dar entrada em ações legais contra Masum, acusando o líder de não respeitar uma norma constitucional e nomear Abadi após o prazo final, que acabaria à meia-noite de domingo. Maliki deu sinais de que poderia usar as forças de segurança para defender seu cargo. Um confronto entre as forças do governo levaria o Iraque a uma crise constitucional que pode empurrar os iraquianos em direção a uma guerra sectária.

Americanos

O premiê culpou autoridades norte-americanas pela perda de seu mandato e afirmou que os EUA se aliaram a forças políticas "que violaram a constituição". Os EUA têm pressionado o Iraque para substituir o governo xiita de Maliki por uma gestão mais inclusiva, em uma tentativa de controlar os insurgentes sunitas que dominaram boa parte do território iraquiano.

Apesar de ter perdido muito do apoio político, Maliki manteve a posição de que o governo ignorou a norma constitucional. No Iraque, o presidente é obrigado a incumbir o líder do maior partido no Senado para que escolha um novo premiê até certo prazo, que acabou no domingo.

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