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Giro pela África

Obama consulta família de Mandela sobre visita ao líder

Protestos contra política norte-americana marcam chegada do presidente dos Estados Unidos à África do Sul

Sul-africanos exibem cartazes com críticas ao apoio de Obama às guerras desencadeadas pelos EUA em vários países, principalmente no Iraque e  no Afeganistão | Siphiwe Sibeko/Reuters
Sul-africanos exibem cartazes com críticas ao apoio de Obama às guerras desencadeadas pelos EUA em vários países, principalmente no Iraque e no Afeganistão (Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters)
Mural com mensagens a Nelson Mandela em frente do hospital onde o líder está internado |

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Mural com mensagens a Nelson Mandela em frente do hospital onde o líder está internado

Em meio a protestos contra os Estados Unidos e uma longa vigília dos sul-africanos pelo estado de saúde do líder Nelson Mandela, o presidente norte-americano, Barack Obama, chegou ontem a Pretória para uma visita oficial de três dias. Primeiro presidente negro da história dos EUA, Obama pretendia consultar a família Mandela sobre uma possível visita.

A bordo do avião presidencial que o levou à África do Sul, procedente do Senegal, Obama homenageou Mandela e rebateu críticas de que uma visita ao líder serviria para melhorar sua imagem.

A África do Sul é a segunda etapa da viagem de Obama ao continente africano. No domingo, o presidente norte-americano deve visitar a Ilha Robben, onde Mandela passou grande parte de seus 27 anos preso.

Segundo a Casa Branca, a família de Mandela foi consultada sobre a possibilidade de uma visita de Obama ao histórico líder negro no hospital. Mandela, de 94 anos, está lutando contra uma recorrente infecção pulmonar que o levou a ser internado diversas vezes nos últimos meses, sendo a última delas há cerca de três semanas.

"O que a família Mandela considerar adequado é o que pretendemos fazer em termos de nossa interação com eles", disse o vice-conselheiro de segurança nacional Ben Rhodes.

Manifestações

A visita de Obama à África do Sul foi alvo de protestos. Manifestantes se reuniram ontem a poucos quarteirões do hospital de Pretória onde o herói da luta contra o apartheid Nelson Mandela está internado em estado grave.

Cerca de 200 sindicalistas, ativistas estudantis e membros do Partido Comunista da África do Sul se reuniram na capital, Pretória, para protestar contra a visita de Obama, classificando sua política externa de arrogante, egoísta e opressiva.

"Ele veio como uma decepção, acho que Mandela também estaria decepcionado", disse Khomotso Makola, um estudante de direito de 19 anos.

Os críticos sul-africanos de Obama têm-se concentrado em particular sobre o seu apoio ao uso de aviões teleguiados para promover bombardeios no exterior, que segundo eles resultou na morte de centenas de civis inocentes, e seu fracasso em cumprir a promessa de fechar o centro de detenção mantido pelos EUA em Guantánamo, onde suspeitos de "terrorismo" são mantidos por tempo indeterminado e sem direito a julgamento.

As manifestações contra Obama se repetirão hoje em Soweto, desta vez lideradas por várias agremiações de estudantes.

Depois da África do Sul, o presidente dos EUA seguirá para a Tanzânia.

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