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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama | Jason Reed/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama| Foto: Jason Reed/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, repreendeu duramente os bancos na quinta-feira (6) por elevarem suas tarifas e tentarem impedir reformas financeiras, numa aparente tentativa de aproveitar para fins eleitorais a indignação popular contra Wall Street. Obama disse a jornalistas na Casa Branca que os planos dos seus adversários republicanos para estimular a economia basicamente consistem em barrar as reformas financeiras que a sua administração tenta aprovar. A entrevista foi concedida depois de manifestações com milhares de pessoas no centro financeiro de Nova York e em várias outras cidades dos EUA nesta semana, num protesto contra a desigualdade econômica e o poder das instituições financeiras norte-americanas. "Acho que as pessoas estão frustradas e, sabe, os manifestantes estão dando voz a uma frustração mais ampla sobre como o nosso sistema financeiro funciona", disse Obama. Ele acrescentou que o projeto de reforma do setor proposto pelo governo, a chamada Lei Dodd-Frank, serviria para evitar abusos de Wall Street. A ênfase que ele deu ao assunto sugere que esse tema será muito explorado pela sua campanha à reeleição em 2012. "Para que tenhamos um sistema financeiro saudável, é necessário que os bancos e outras instituições financeiras compitam com base no melhor serviço, nos melhores produtos e no melhor preço", afirmou. "Não podem competir com base em tarifas escondidas, práticas enganosas e, sabem, coquetéis de derivativos que ninguém entende e que expuseram a economia inteira a riscos enormes." "O que temos visto no último ano não é só o setor financeiro com o Partido Republicano e o Congresso nos combatendo a cada polegada do caminho, mas agora esse mesmo pessoal sugere que deveríamos cancelar todas essas reformas e voltarmos à maneira como era antes da crise." Obama disse que os recentes aumentos das tarifas bancárias não são uma boa prática, e que provavelmente serão injustas com os consumidores. O presidente disse que os bancos podem cobrar o que bem entenderem, desde que haja transparência, e salientou que cabe ao governo supervisionar.

O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, disse que Obama "desistiu do país" para focar na sua campanha à reeleição, em vez de colaborar com os republicanos para estimular a economia. Durante sua entrevista coletiva de mais de uma hora, Obama voltou a defender o seu pacote de 447 bilhões de dólares para a geração de empregos, que ele disse ser necessário para evitar outra recessão. "Eu adoraria ver o Congresso agir tão agressivamente (na aprovação do pacote) a ponto de eu não poder fazer campanha contra (os republicanos) dizendo que o Congresso 'não faz nada'", disse ele.

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