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Guerra

Obama decide acelerar retirada do Afeganistão

Pressionado pelo Congresso, presidente anuncia que 33 mil soldados deixarão território afegão até meados de 2012

Soldado norte-americano em Chariagen, próximo de Kandahar, no Afeganistão: 33 mil combatentes dos EUA deixarão o país até 2012 | Baz Ratner/Reuters
Soldado norte-americano em Chariagen, próximo de Kandahar, no Afeganistão: 33 mil combatentes dos EUA deixarão o país até 2012 (Foto: Baz Ratner/Reuters)

Nova York - O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou ontem a retirada de 10 mil militares norte-americanos do Afeganistão neste ano. O pronunciamento, em rede na tevê dos EUA, aconteceu às 21 h (de Brasília).

O presidente norte-americano afirmou ainda que outros 23 mil combatentes deverão voltar para os EUA na metade do ano que vem.

"América, está na hora de nos focarmos na construção da nação aqui em casa", afirmou Obama.

Os EUA contam hoje com cerca de 100 mil homens no Afega­nistão, e a retirada seria equiva­len­­­te ao contingente extra de tropas enviado no fim de 2009.

O anúncio marca um contraste entre a decisão de Obama e o desejo do comando militar, inclusive do general David Petraeus, comandante das forças dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental) no Afeganistão, que vai assumir CIA (agência de inteligência).

Os militares queriam um corte menor no efetivo, feito de maneira mais gradativa. Obama, no entanto, sofre a pressão do seu partido, que cobra a retirada de uma guerra impopular e que consome gastos bilionários mensais em um momento em que os EUA vivem uma crise fiscal.

Segundo pesquisa divulgada nesta semana, 56% dos americanos querem a retirada das tropas do Afeganistão o mais "rápido possível" – patamar recorde desde que o levantamento teve início e que cresceu após a morte de Osama bin Laden, em 1º de maio.

O presidente norte-americano enfrenta a campanha de reeleição no ano que vem, em que também será pressionado pelo mau momento da maior economia mundial.

Gastos

Os EUA gastam pouco menos de US$ 10 bilhões a cada mês com a guerra no Afeganistão. Com a economia em crise, o déficit anual do governo tem ultrapassado a casa de US$ 1 trilhão, já que aumentaram os gastos estatais de estímulo e a arrecadação caiu.

Nas últimas semanas, lideranças políticas vêm cobrando uma saída mais rápida do Afeganistão, priorizando o combate ao braço da Al-Qaeda no país.

A retirada de 33 mil militares pode significar que o governo norte-americano está recuando das suas ambições na região.

Em 2009, Obama disse que as prioridades dos EUA eram não só o combate à Al-Qaeda e ao Tale­ban, mas também permitir que o Afeganistão tivesse tempo para organizar seu governo e suas forças de segurança.

Ao chegar ao poder, há dois anos, Obama priorizou a guerra no país em relação à do Iraque. Mesmo com a retirada, os EUA ficarão com 68 mil soldados no Afeganistão, quase o dobro do que havia no fim da gestão George W. Bush (2001-2009).

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