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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na quarta-feira que pode decidir a nova estratégia para a guerra do Afeganistão antes do resultado do segundo turno da eleição presidencial naquele país, em 7 de novembro.

Uma pesquisa mostrou que a população norte-americana está profundamente dividida sobre o envio de até 40 mil soldados adicionais para o Afeganistão, conforme recomendação dos comandantes militares.

O presidente afegão, Hamid Karzai, aceitou na terça-feira disputar o segundo turno da eleição, encerrando assim um impasse político que complicava ainda mais a decisão de Obama.

"É possível que tenhamos uma estratégia formulada antes que o segundo turno seja determinado", disse Obama à emissora MSNBC. Mas ele acrescentou, de forma cifrada: "Podemos não anunciá-la".

Obama reagiu aos críticos que o acusam de indecisão, e deixou claro que qualquer nova política dependerá da existência de um governo confiável como parceiro no Afeganistão, país há oito anos sob ocupação norte-americana.

"Vamos usar o tempo (necessário) para acertar isso", disse Obama. "Não vamos arrastar (a decisão), mas há uma sensação de que quanto antes tivermos uma abordagem sensata em vigor e o pessoal no local, melhor estaremos. Mas também queremos garantir que não colocaremos os recursos à frente da estratégia".

Obama e seus assessores estão aliviados com a disposição de Karzai em disputar o segundo turno, aceitando a anulação de votos fraudulentos que lhe dariam a vitória em primeiro turno contra seu rival Abdullah Abdullah, e garantindo assim uma maior legitimidade do futuro mandato presidencial.

Mas não há garantias de que as fraudes do primeiro turno não irão se repetir na nova votação. Mesmo que Karzai confirme seu favoritismo, ele não conseguirá afastar as preocupações que desperta em Washington por não ter conseguido combater a corrupção e a ineficiência em cinco anos de governo.

"Precisamos ser realistas de que as questões de corrupção e governo (...) não serão resolvidas apenas com o resultado da eleição presidencial", disse o secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, durante visita ao Japão.

A nova estratégia para o Afeganistão será a decisão mais crucial para a política externa de Obama desde sua posse, em janeiro. Uma pesquisa Washington Post-ABC News mostrou que 47 por cento dos norte-americanos são favoráveis ao envio de reforços, enquanto 49 por cento se opõem.

O número de entrevistados que concorda com o manejo da guerra caiu de 55 para 45 por cento em um mês, e a desaprovação subiu de 37 para 47 por cento.

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