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Venezuelanos foram às ruas no domingo para pedir o fim do uso de força letal durante protestos. | Miguel Gutiérrez/EFE
Venezuelanos foram às ruas no domingo para pedir o fim do uso de força letal durante protestos.| Foto: Miguel Gutiérrez/EFE

Com uma medida que coloca a Venezuela como o maior adversário dos Estados Unidos no continente, posição antes ocupada por Cuba, o presidente americano, Barack Obama, emitiu ontem uma ordem executiva declarando o país como “uma ameaça à segurança nacional dos EUA” e impondo sanções a sete autoridades venezuelanas.

Vimos muitas vezes como o governo venezuelano tentou encobrir suas próprias ações culpando os Estados Unidos e outros membros da comunidade internacional.

Barack Obama na nota em que impõe sanções à Venezuela.

As sanções são voltadas a figuras que, segundo os EUA, promoveram atos violentos contra manifestantes ou prisões arbitrárias, como a do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma. Eles tiveram seus vistos americanos suspensos e seus bens e investimentos no país bloqueados.

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Horas depois do anúncio de Washington, o governo venezuelano convocou o responsável por negociações com os EUA, Maximilien Arveláiz. A chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que “em breve” responderá à ordem dada por Obama.

“Nós não queremos misturar as políticas internacionais e em breve revelaremos a resposta da Venezuela sobre o alcance destas declarações”, disse Rodríguez em entrevista coletiva.

Para o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, as medidas são um prelúdio a um ataque militar ao país e os EUA “não têm moral para assegurar que os diretos humanos são violados na Venezuela”. “A maior potência considera que nós, um país pequenininho, somos uma ameaça para eles”, afirmou. 

O presidente Nicolás Maduro sustenta que a crise política é causada por uma tentativa de golpe de Estado orquestrada pelos EUA. No fim de semana retrasado, Maduro anunciou a detenção de cidadãos americanos que teriam sido contratados para espionar em solo venezuelano.

O Equador saiu em defesa do país vizinho. Sem se referir às sanções, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, pediu apoio das nações vizinhas e disse que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) não permitirá a intervenção estrangeira. “Não vamos permitir intervenção estrangeira. Não vamos permitir golpes de Estado”, afirmou Patiño.

Intimidação

Na nota, Obama diz que a Casa Branca está preocupada com a situação dos oposicionistas na Venezuela. “Estamos muito preocupados com as atitudes do governo venezuelano de intimidação de seus oponentes políticos. Os problemas da Venezuela não podem ser resolvidos por meio da criminalização da dissidência”, diz o comunicado. “Vimos muitas vezes como o governo venezuelano tentou encobrir suas próprias ações culpando os Estados Unidos e outros membros da comunidade internacional. Essa atitude reflete falta de seriedade por parte do governo da Venezuela para lidar com a grave situação pela qual passa o país.”

Sete autoridades venezuelanas foram atingidas pelas sanções: Antonio Benavides Torres (comandante das Forças Armadas), Gustavo González López (diretor-geral do Serviço de Inteligência), Justo Noguera Pietri (ex-comandante da Guarda Nacional), Katherine Haringhton Padron (promotora), Manuel Pérez Urdaneta (diretor da Polícia Nacional), Manuel Bernal Martínez (chefe de brigada do Exército) e Miguel Vivas Landino (inspetor-geral das Forças Armadas Bolivarianas).

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