O presidente Barack Obama e líderes do Congresso dos EUA tentarão chegar a um acordo sobre os cortes no Orçamento nesta quinta-feira que evitaria uma paralisação no governo no final da semana.
Ciente do prazo de meia noite de sexta-feira, quando os recursos temporários do governo terminam, Obama pediu aos negociadores que trabalhem dia e noite para aplainar "diferenças relativamente pequenas" entre democratas e republicanos sobre o nível de gastos federais entre agora e 30 de setembro, quando se encerra o ano fiscal norte-americano.
"Continuo acreditando que, se falamos sérios a respeito de fazer algo, deveríamos ser capazes de finalizar um acordo e aprová-lo e evitar uma paralisação", disse Obama aos repórteres no final da quarta-feira após uma reunião de 90 minutos com líderes do Congresso.
John Boehner, republicano e presidente da Câmara dos Representantes, deixou o encontro dizendo aos repórteres que, embora nenhum acordo tenha sido alcançado, houve progresso.
O democrata Harry Reid, líder da maioria no Senado que compareceu à reunião, declarou: "Confio que podemos conseguir isso".
Pouco após o encontro na Casa Branca, um assessor democrata do Congresso disse que o corte total de despesas para este ano no acordo em negociação provavelmente ficará mais próximo dos 33 bilhões de dólares do que dos 40 bilhões de dólares almejado pelos republicanos.
Se Obama e os líderes do Congresso conseguirem chegar a um consenso logo, estaria aberto o caminho para a Câmara e o Senado votarem o financiamento do governo federal e colocarem um fim a uma luta de meses sobre os gastos do ano fiscal, já na metade.
Na quarta-feira, Obama alertou sobre os danos econômicos se um impasse no Orçamento obrigasse o governo a fechar parcialmente pela primeira vez em 15 anos.
Com a economia norte-americana ainda nos primeiros estágios da recuperação da pior recessão desde os anos 1930, Obama disse aos repórteres que um fechamento do governo teria "ramificações por toda a economia", incluindo proprietários de pequenos negócios, detentores de empréstimos imobiliários e trabalhadores que ficariam sem pagamento como resultado das dispensas estatais.
Autoridades do governo também alertaram que uma paralisação poderia deter o processo de restituições do imposto de renda justamente no período dedicado a elas. Várias agências governamentais vêm notificando seus funcionários sobre a possibilidade de dispensas se as negociações fracassarem.
Em uma carta aos empregados do Departamento de Agricultura, o secretário de de Agricultura Tom Vilsack alertou: "A administração prudente exige que planejemos um fechamento ordeiro caso o Congresso não consiga aprovar o projeto de financiamento."
