Numa mesma semana, o presidente Barack Obama precisou atrasar um pronunciamento para se adequar à grade da rede NBC, teve seus jeans de cintura alta criticados e arranjou briga até com policiais. São pequenos entreveros que mostram como já vai longe a lua de mel com o eleitorado, que o recebia em comícios como a um astro de rock e agora lhe dá 55% de popularidade, após seis meses de um governo que estreou com mais de 70% de aprovação.
Pela primeira vez, a popularidade do presidente caiu a menos de 50% em quesitos como saúde e economia, dois assuntos em que ele vem enfrentando os maiores desafios de sua gestão, em meio à persistente crise financeira e à promessa de aprovar ainda neste ano a reforma da saúde pública.
O professor de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília Juliano Cortinhas atribui a queda à mudança natural entre campanha e realidade, às inúmeras crises domésticas e a uma política externa que por enquanto fica aquém da transformação prometida.
Já o estilo sisudo, sem emoções, (que no Brasil leva a alcunha de "picolé de chuchu"), é explicado pelo professor de Ciência Política de Harvard Alex Keyssar. Para ele, Obama se compromete sempre com todos os lados dos conflitos, o que dificulta a tomada de posição ou a demonstração de algum tipo de paixão. Críticas eram esperadas, mas o que Obama efetivamente conquistou até agora e em que está patinando? Leia a opinião de analistas sobre os desafios do 44.º presidente dos EUA no cargo mais importante do mundo.



