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Convenção democrata

Obama oficializa campanha e pede “mobilização” pelo país

Segundo trechos antecipados do discurso pragmático do presidente, ele admitiria que seu governo poderia ser melhor

Bill Clinton, presidente americano entre 1993 e 2001, faz reverência a Obama no palco da convenção nacional democrata, em Charlotte, na Carolina do Norte | Chip Somodevilla/AFP
Bill Clinton, presidente americano entre 1993 e 2001, faz reverência a Obama no palco da convenção nacional democrata, em Charlotte, na Carolina do Norte (Foto: Chip Somodevilla/AFP)

Até o fechamento desta edição, na noite de ontem, Barack Obama estava a ponto de subir no palco de um ginásio lotado de Charlotte, na Carolina do Norte, para aceitar a nomeação do Partido Democrata e concorrer novamente à Presidência dos Estados Unidos. Segundo trechos antecipados e briefings de seus assessores, o presidente admitiria, diante da multidão de 20 mil pessoas e dos milhões de espectadores da tevê e da internet, que seu governo poderia ser melhor.

Obama faria um discurso pragmático, mirando o futuro, economizando promessas e tentando resgatar a aura de sua primeira candidatura apenas no brilho pop.

Também chamaria a si­­ o legado de Franklin D. Ro­­osevelt, o presidente que ampliou a rede de proteção social dos EUA.

"O caminho que oferecemos pode ser mais duro, mas ele leva a um lugar melhor", dirá.

"Peço a vocês que se mobilizem em torno de um conjunto de metas por nosso país – metas em manufatura, energia, educação, segurança nacional e o déficit [federal], um plano real e factível, que levará a mais empregos, mais oportunidades e reconstruirá a economia sobre uma base mais sólida."

Em um contraste com os dizeres "Esperança" e "Sim, nós podemos", que em 2008 mobilizaram não só o eleitorado democrata mas americanos que não costumam votar, emendará: "Isso é o que podemos fazer nos próximos quatro anos, e é por isso que estou concorrendo a um segundo mandato".

Segundo Patrick Gaspard, diretor-executivo do Co­­mitê Nacional do Partido Democrata, Obama irá ainda mais longe. "O presidente vai admitir que o ritmo do crescimento não tem sido tão rápido como gostaríamos", afirmou. "Mas ele também vai falar do que fez pelo setor manufatureiro, e dos empregos que criou."

A economia é a principal preocupação do eleitor americano, segundo pesquisas.

"Nos próximos anos, grandes decisões serão tomadas em Washington sobre empregos e a economia, impostos e déficit, energia e educação, guerra e paz", dirá Obama.

"A verdade é que levará mais do que alguns anos para superar os desafios que acumulamos durante décadas. Exigirá um esforço coletivo, responsabilidade compartilhada e o tipo de experimentação ousada e persistente que Franklin Roosevelt buscou na única crise pior do que a atual [a de 1929]."

Democratas destacam afinidade de Obama com a classe média

Um sujeito que entende os problemas da classe média porque os viveu, e portanto é mais apto a resolvê-los do que seu rival, blindado por uma suposta bolha de riqueza.

É esse Barack Obama que a convenção democrata tenta "vender" em Charlotte, sublinhado na quarta-feira no discurso do ex-presidente Bill Clinton

Antes de Clinton, o partido convocou a primeira-dama, o ex-chefe de gabinete de Obama e sua nova estrela para falar do peso da vivência do presidente em suas decisões.

"Vi como as questões que chegam à mesa de um presidente são sempre as difíceis", disse Michelle Obama na noite de terça-feira, um discurso elogiado da direita à esquerda por sua sutileza e eficácia.

"Na hora da decisão, o que te guia são seus valores, sua visão e a experiência de vida que faz de você aquilo que é."

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