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Após fraco desempenho na noite de quarta-feira, Obama fez comício ontem e acusou Romney de tentar se reinventar | Mandel Ngan/AFP
Após fraco desempenho na noite de quarta-feira, Obama fez comício ontem e acusou Romney de tentar se reinventar| Foto: Mandel Ngan/AFP

Rede Social

Debate foi evento político mais comentado, diz Twitter

Folhapress

O debate presidencial de quarta-feira foi o evento mais "tuitado" da política americana, informou ontem a rede social Twitter.

Segundo a empresa, entre o início e o fim do debate realizado em Denver, no Colorado, que durou 90 minutos, foram disparados mais de 10,3 milhões de "tuítes" (mensagens curtas, com até 140 caracteres), fazendo referência ao evento, aos candidatos Barack Obama e Mitt Romney bem como a assuntos correlacionados.

Ainda segundo o Twitter, os três assuntos mais comentados pelos usuários da rede social foram: em primeiro lugar, uma intervenção do mediador Jim Lehrer, o presidente Obama reclamando mais de 5 segundos de tempo, e a discussão sobre o programa federal de saúde Medicare.

Guerra de números

Os dois candidatos travaram uma verdadeira guerra de números durante a discussão dos custos do Medicare ou o efeito dos cortes de impostos sobre o deficit público.

Não por coincidência, portanto, parte dos 10,3 milhões de tuítes foi dedicada à checagem dos números e contestação de algumas frases dos candidatos.

Também houve espaço para o humor. Milhares de tuítes foram disparados a respeito do marionete Garibaldo ("Big Bird", no original), personagem de um tradicional programa infantil, após uma declaração de Romney de que cortaria as verbas federais para a TV pública PBS (que transmite o show). Ontem, Garibaldo ganhou a internet com dezenas de memes e camisetas em seu apoio.

"O plano de Romney para cortar o déficit: demitir esse cara", diz foto que circulava na internet ontem.

Reação na mídia

"Onde diabos estava o presidente? Por que sua estratégia de debate era de desarmamento unilateral? Por que ele nunca falou em inglês claro?"

Joe Klein, da revista Time.

"Obama pareceu cansado e entediado. Ele pensa que debates são ridículos, e pode estar certo. Mas teria sido melhor guardar esse pensamento para si mesmo."

Gail Collins, do New York Times.

Doze horas depois de deixar, derrotado e abatido, o palco do primeiro embate ao vivo com o ex-governador Mitt Romney, o presidente Barack Obama recobrou o fôlego e, diante de uma plateia entusiasmada em Denver, capital do Colorado, deu a largada para o contra-ataque, a 32 dias e dois debates das eleições.

Obama pintou o republicano como um mentiroso que mais uma vez tenta se reinventar para não perder a corrida à Casa Branca. A estratégia deverá ser explorada em anúncios de tevê nos principais estados em disputa. Nos bastidores da campanha democrata, os auxiliares do presidente reconheciam­­ ontem a necessidade de "ajustes na estratégia" para os próximos debates, nos dias 16 e 22.

Para a maioria esmagadora dos comentaristas, Obama pareceu passivo, desconcentrado. Não atacou Romney nos pontos considerados mais vulneráveis, como a recusa a apresentar sua declaração de renda e o vídeo no qual diz que 47% dos americanos se fazem de vítimas e dependem do governo.

"Teremos que fazer avaliações sobre onde traçar as linhas divisórias nos debates", disse David Axelrod, assessor sênior de Obama.

Euforia

No lado republicano, o clima ontem era de euforia. O candidato retomou a campanha à noite, ao lado de seu candidato a vice, Paul Ryan, em Fishersville, na Virgínia, um dos estados que podem decidir a eleição. A performance de Romney foi considerada por analistas a mais eficiente de um republicano desde Ronald Reagan em 1980, contra o então presidente Jimmy Carter.

Nate Silver, especialista em­­ prognósticos eleitorais­­ do­­ New York Times estima que­­ Romney possa subir até três pontos porcentuais nas pró­­ximas pesquisas de intenção de voto, como efeito da vitória no debate. Ontem, a média consolidada do site Real­­ Clear Politics apontava Obama com 49,1% das intenções de voto, contra 46% para Romney.

Análise

Para analistas, o republicano solidificou uma imagem mais próxima do público. "Até o debate, Obama tinha mostrado que o rival era desligado dos americanos, por ser milionário e excêntrico. Mas Mitt Romney provou que tem propostas para a população", observa Diogo Costa, professor de Relações Internacionais da IBMEC, em Belo Horizonte.

O analista brasileiro diz­­ que, a partir de agora, o ex-governador de Massachusetts deve mudar o tom da campanha.

No discurso de ontem, ele­­ já se mostrou revigorado, usando o debate como um­­ reinício de sua corrida elei­­toral.

ConcentraçãoRomney treinava havia mais de um mês para o debate

Agência O Globo

Um grupo seleto de assessores acompanhou Mitt Romney quando o candidato republicano se fechou, no início do mês passado, em uma mansão nas montanhas de Vermont, na Nova Inglaterra, para exaustivas sessões de treinamentos para os debates. Entre os auxiliares estava Bob White, um executivo de 56 anos que acompanha Romney há 30, e é chamado pelo republicano de "copiloto". White é o coordenador desta campanha de Romney, como acontece desde 1994, na primeira disputa eleitoral, por uma vaga no Senado por Massachusetts.

Metódico e disciplinado, Romney acordava cedo, corria na esteira, e passava os dias em longos ensaios com sua equipe, tendo o senador Rob Portman, de Ohio, como adversário, representando o papel de Barack Obama. Além de Portman e White, apenas alguns poucos auxiliares de alto escalão tiveram acesso ao retiro do candidato republicano à Presidência, onde as sessões de simulação de debate e de discussão sobre políticas e estatísticas eram movidas a café e chocolate quente.

A estratégia traçada por Romney foi a de suplantar o presidente Barack Obama com uma torrente de informações e frases curtas de ataque, botando-o na defensiva. Romney teria treinado postura, uso da voz, como olhar para câmera e como interromper o apresentador, entre outras coisas.

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