
Enquanto critica a nova lei de imigração do Arizona, o governo do presidente Barack Obama se move a passos largos para bater um recorde de deportações de imigrantes ilegais em 2010, com estimadas 400 mil pessoas forçadas a deixar os EUA.
O número, calculado pela própria agência federal de imigração (ICE), é 10% maior que o de 2008 ainda sob o ex-presidente George W. Bush (2001-2009) e 25% maior que no ano anterior.
O governo afirma que o principal alvo das deportações são ilegais que foram presos por outros motivos e depois tiveram o status migratório checado, algo comum no Arizona. Mas na prática, diz o diretor do ICE, John Morton, pouco menos da metade das deportações é de indivíduos com ficha criminal.
O reforço do governo nas deportações é intencional. O objetivo é angariar apoio político entre conservadores. Apesar de o processo judicial que o Departamento da Justiça dos EUA move contra a lei do Arizona reclamar que o Estado quer aplicar ações anti-imigração que são de responsabilidade federal, Obama aumentou o número de acordos que permitem a policiais de municípios agir como oficiais de imigração.
Os acordos e investimento em programas que checam o status legal de presos para deportar os que estão no país ilegalmente eram políticas defendidas por Bush. Mas Obama trocou batidas em locais de trabalho por auditorias em empresas. Mais de US$ 6,4 milhões em multas foram aplicadas contra empregadores acusados de contratar ilegais desde 2008.
Discriminação
Figura pública mais odiada pelos ilegais do Arizona, o xerife do Condado de Maricopa, Joe Arpaio, se tornou nos últimos dias o rosto mundial da controvérsia sobre a imigração no Arizona. É descrito por seus próprios agentes como "viciado em câmeras de tevê.
Filho de italianos, Joseph M. Arpaio, 77 anos, diz ter mais de 10 mil condenados nas cadeias. No total, já encontrou mais de 33 mil imigrantes indocumentados, a maior parte mexicanos (brasileiros ilegais, diz, não costumam causar problemas aqui).
O xerife "durão" enfrenta problemas: há dois anos, o prefeito de Phoenix, Phil Gordon, enviou carta ao Departamento da Justiça acusando o xerife de "assédio discriminatório e condução de buscas irregulares.



