
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou ontem que a Rússia será responsabilizada por impedir a entrega de ajuda humanitária aos sírios, caso bloqueie uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) para levantar o cerco à cidade de Homs. Um projeto de resolução com esses termos está em discussão no Conselho de Segurança (CS) da entidade, mas a perspectiva de veto da Rússia impede seu avanço.
"Há uma grande unanimidade entre a maioria dos países membros do Conselho de Segurança com relação a essa resolução", disse Obama, em uma entrevista concedida com o presidente francês, François Hollande, que faz uma visita de Estado a Washington. "Não são só os sírios os responsáveis, mas os russos também serão se bloquearem essa resolução."
O texto ao qual o presidente se referiu prevê a entrega de alimentos, abrigos, medicamentos e água a civis sitiados em Homs e outras cidades, sob fogo cruzado dos combates. Mas para a chancelaria russa, seu conteúdo é "absolutamente inaceitável" porque inclui um ultimato ao governo sírio.
A resolução não estabelece um cronograma de sanções automáticas. Mas se as demandas não forem implementadas em 15 dias a partir do início de sua execução, o Conselho de Segurança poderia votar por penalidades contra aqueles que impedirem a entrega da ajuda humanitária.
Obama aumentou a pressão sobre Moscou ao afirmar que os EUA "estão preocupados" com o ritmo com que o governo sírio cumpre sua parte no acordo de entrega das armas químicas.
Obama e Hollande também ressaltaram a vontade de enfrentar "juntos" os grandes desafios globais, como o terrorismo, a proliferação nuclear, as crises no Oriente Médio e na África e as mudanças climáticas.
Hollande encerra hoje a visita aos EUA. Obama prometeu retribuir com uma ida à França em junho para as comemorações dos 70 anos do Dia D, quando as forças aliadas desembarcaram na Normandia, em 6 de junho de 1944.



