O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressionou nesta quinta-feira os líderes iraquianos a superar o impasse na formação de um novo governo, no mesmo dia em que o comandante das forças norte-americanas no país disse que a retirada das tropas transcorre à frente do cronograma.
Desde as eleições de março, os partidos iraquianos tentam sem sucesso formar uma nova coalizão de governo, já que nenhum obteve maioria expressiva. A incerteza prolongada expõe o país a um vácuo de poder, diante de uma teimosa insurgência.
Obama se reuniu com o embaixador dos Estados Unidos no Iraque, Chris Hill, e com o comandante das forças norte-americanas no país, general Ray Odierno, para discutir o futuro político do Iraque e os progressos militares.
A meta dos Estados Unidos é reduzir seu contingente a 50 mil soldados e retirá-los de todas as funções de combate até o fim de agosto.
"O presidente compartilhou sua opinião de que é hora de os líderes do Iraque exercerem suas responsabilidades constitucionais e formarem um governo sem demora", disse a Casa Branca.
O vice-presidente Joe Biden, que visitou Bagdá neste mês, reforçou essa mensagem em telefonemas nesta quinta-feira ao primeiro-ministro em exercício do Iraque, Nuri Al Maliki, e ao ex-premiê Iyad Allawi, político mais votado na eleição de 7 de março.
Alguns políticos sunitas iraquianos acusam os Estados Unidos de não manifestarem suficiente apoio ao direito de o bloco multissectário Iraqiya, de Allawi, formar o governo.
Eles também suspeitam que o vizinho Irã queira a formação de um governo de coalizão entre dois grupos xiitas, que segundo eles continuaria isolando a minoria sunita, que dominava o Iraque até a queda do ditador Saddam Hussein, em 2003.
Odierno disse a Obama que os militares estão em condições de concluir antes do prazo, em agosto, a redução do contingente de 80 mil para 50 mil soldados.
A violência provoca dúvidas sobre a capacidade das forças iraquianas de manterem a ordem após a redução da presença militar norte-americana.
Nesta quinta-feira, um foguete disparado contra a Zona Verde (bairro de embaixadas e órgãos públicos em Bagdá) matou dois ugandenses e um peruano que trabalhavam para uma firma de segurança a serviço do governo dos Estados Unidos, segundo a embaixada norte-americana.
Obama lamentou as baixas, mas a Casa Branca comemorou o relato de Odierno de que "os incidentes com a segurança em todo o Iraque continuam no menor nível desde que os EUA começaram a manter os registros."



