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Um observador da Liga Árabe disse à multidão que participou de protestos nesta sexta-feira (30) na Síria que o trabalho de sua equipe é apenas observar - e não ajudá-los a retirar do poder o presidente Bashar al-Assad, contra o qual se rebelam há nove meses, mostrou a rede Al Jazeera. "Nosso objetivo é observar, não é remover o presidente, nosso objetivo é devolver paz e segurança à Síria", afirmou ele, falando em um alto-falante a partir do pódio de uma mesquita lotada de manifestantes no subúrbio de Douma, em Damasco. O observador, entretanto, que não falou seu nome, prometeu divulgar o sofrimento dos manifestantes. "Pelo que ouvi aqui, sangue está sendo derramado", afirmou ele. Um grupo de cerca de 60 observadores, de um total de 150, já chegou ao país. A equipe deve inspecionar a Síria ao longo de aproximadamente um mês. Eles verificarão se as forças do presidente Bashar al-Assad estão implementando um plano de paz que prevê o fim da repressão contra a revolta antigoverno.

Ativistas afirmam acreditar que muitos observadores são pró-governo ou acreditam que é muito difícil comunicar com o grupo longe de acompanhantes do governo. Dentro da mesquita de Douma, a multidão parecia suspeitar dos observadores. Um orador da mesquita tentou acalmar o público, pedindo que deixassem o observador falar. Mas um homem rompeu o silêncio imediatamente, gritando: "Meu filho é um mártir, eles o mataram", puxando a cantoria de "Com sangue e alma, nós redimiremos os mártires".

O observador, que pediu ao público que não o filmassem, mas que foi transmitido ao vivo pela Al Jazeera, afirmou: "Nós, como monitores, não deveríamos falar, mas a situação me forçou a dizer algo: Estamos monitorando os elementos de um protocolo assinado entre a Liga Árabe e o governo. Esta é uma missão humanitária para transmitir os problemas existentes e solucionar a crise".

O protocolo exige que as forças sírias retirem-se das cidades e libertem os prisioneiros, que se calcula que sejam milhares. Mais de 5 mil pessoas já morreram na tentativa do governo de acabar com os protestos. O governo diz que combate militantes islâmicos dirigidos a partir do exterior que já mataram 2 mil integrantes das forças de segurança.

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