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O ex-presidente liberiano Charles Taylor disse nesta quarta-feira que testemunhas haviam sido ameaçadas e pagas para testemunhar contra ele em um julgamento que o considerou culpado de crimes contra a humanidade, e descreveu o sistema de tribunal internacional como uma ferramenta do Ocidente.

Taylor - o primeiro chefe de Estado a ser considerado culpado por um tribunal internacional desde os julgamentos de nazistas em Nuremberg - disse ao tribunal de crimes de guerra em Haia que Washington usou o caso para conseguir uma mudança de regime, em vez de justiça.

"Testemunhas foram pagas, coagidas, e em muitos casos, ameaçadas de processo se não cooperassem", disse Taylor em uma audiência, onde sua equipe de defesa pretende minimizar uma possível pena de prisão de 80 anos.

O julgamento de Taylor ganhou as manchetes internacionais, em parte por causa das acusações terríveis de assassinatos e mutilações, muitos cometidos por soldados, e em parte por causa do suposto presente de Taylor de "diamantes de sangue" - pedras preciosas saqueadas de Serra Leoa para financiar a guerra- à supermodelo Naomi Campbell, que foi convocada como testemunha de acusação.

Primeiro líder africano a ser julgado por crimes de guerra, Taylor foi condenado por cumplicidade em 11 crimes de assassinato, estupro, recrutamento de crianças como soldados e escravidão sexual durante as guerras na Libéria e em Serra Leoa, em que mais de 50.000 pessoas foram mortas.

Mas ele foi absolvido da acusação de ordenar e planejar as atrocidades.

Vestindo um terno listrado e uma aliança de diamante que brilhava sob as luzes do tribunal, o senhor da guerra que virou presidente colocou seu relógio de ouro ao lado do púlpito para se manter dentro do limite de tempo determinado de 30 minutos.

Taylor disse que os Estados Unidos e outras potências envolvidas em ações militares na África e no Oriente Médio estavam usando o tribunal para conquistar objetivos coloniais contra os países menores.

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