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Crise

OEA pede pressão sobre Honduras

Com nova negociação marcada para sábado, países insistem com Micheletti para que devolva poder ao presidente deposto

Professores protestam pedindo o retorno do presidente deposto; toque de recolher foi suspenso, mas ONGs acusam governo interino de censura | Orlando Sierra/AFP
Professores protestam pedindo o retorno do presidente deposto; toque de recolher foi suspenso, mas ONGs acusam governo interino de censura (Foto: Orlando Sierra/AFP)

Washington - O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, pediu ontem que se mantenha a pressão sobre o governo interino de Honduras para obter o retorno ao poder do destituído presidente Manuel Zelaya. O país centro-americano está sob comando do presidente interino, Roberto Micheletti, desde o golpe de Estado, em 28 de junho, quando militares destituíram Zelaya e o levaram à Costa Rica. "Temos que manter a pressão que estamos tendo e permitir que o trabalho dê seus frutos", disse Insulza durante reunião de representantes da OEA em Washington, referindo-se à mediação do presidente da Costa Rica, Óscar Arias, iniciada na semana passada.

Representantes de Zelaya e de Micheletti devem reunir-se novamente no fim de semana em San José, depois da convocação feita pelo presidente da Costa Rica e prêmio Nobel da Paz para uma nova tentativa de se chegar a uma solução à crise política em Honduras. A mediação de Arias, que conta com o apoio da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, recebeu críticas do presidente venezuelano, Hugo Chávez, aliado de Zelaya. Mas o presidente deposto advertiu que as conversas fracassarão se não chegarem a um acordo que permita seu retorno ao país, o que é negado por Micheletti, apoiado pela Corte Suprema de Justiça e o Congresso.

Seguidores de Zelaya prometeram organizar hoje ocupações de "pontos estratégicos" da capital Tegucigalpa e bloquear fronteiras.

Censura

A organização de defesa da liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou ontem a censura da imprensa e a prisão e expulsão de onze jornalistas venezuelanos das redes de televisão VTV e Telesur pelo governo golpista de Honduras. "A detenção e expulsão destes jornalistas representa mais uma etapa na lógica do ‘black out’ (ocultação) seletiva da informação, colocada em prática a partir do golpe de Estado", denunciou a RSF.

A organização lembra que, embora o toque de recolher tenha sido suspenso no dia 13, ele continua sendo aplicado para a imprensa, que o governo golpista considera hostil.

Os jornalistas Adriana Sivori, María José Díaz, Larri Sánchez Eduardo Silvera, Pedro Quezada, Franklin Maldonado, Madelein García, Alexander Salazar, Hedor Lanten, Clayban Saint e Fredy Quintero, da Telesur e da VTV, foram detidos pela polícia na noite de 12 de julho, quando voltavam para seu hotel.

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