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Líbia

Oficiais líbios desertam e acusam Kadafi de violência

Grupo de dissidentes do regime chega a 120 militares e, para ex-ministro líbio, outros devem abandonar o “désposta criminoso” e “se juntar ao povo”

Soldados sul-africanos fizeram a segurança do presidente Jacob Zuma no aeroporto militar de Matiga, em Trípoli; ao fundo, cartaz mostra imagem de Kadafi | Mahmud Turkia/AFP
Soldados sul-africanos fizeram a segurança do presidente Jacob Zuma no aeroporto militar de Matiga, em Trípoli; ao fundo, cartaz mostra imagem de Kadafi (Foto: Mahmud Turkia/AFP)

Trípoli - Oito oficiais do Exército líbio, in­­cluindo cinco generais, anunciaram ontem as suas deserções em uma entrevista coletiva organizada pelo governo italiano em Ro­­ma.

Eles disseram que fazem parte de um grupo de 120 militares que abandonaram recentemente o país por discordar da violência promovida pelo ditador Muamar Kadafi contra os rebeldes.

"Espera­­mos que outros se juntem ao povo líbio e abandonem esse déspota criminoso’’, disse o ex-ministro das Relações Exte­­rio­­res líbio Shal­­gam Rahman. Rah­­man e Moussa Koussa, en­­tão chefe de espionagem, haviam abandonado seus cargos há dois me­­ses.

"Há muitos assassinatos, genocídio, violência contra mulheres. Nenhuma pessoa com o mínimo de dignidade consegue fazer o que ele [Kadafi] mandava", disse um dos militares desertores, que se identificou como general Oun Ali Oun.

O embaixador líbio nas Nações Unidas, Abdurrahman Shalgam, que também se opõe ao regime de Kadafi, disse que os 120 desertores que abandonaram o posto se encontram fora da Líbia.

Resistência

Os rebeldes líbios que combatem o regime do coronel Muamar Ka­­dafi formam a partir de agora o Exército de Libertação Nacional, informou em Benghazi o Con­­se­­lho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião.

"Hoje [ontem], o CNT adotou a decisão N.º 67, que nomeia oficialmente as forças armadas re­­beldes de Exército de Libertação Nacio­­nal", revela um comunicado en­­tregue à imprensa.

"O CNT espera que essa de­­nominação, temporária, permita definir melhor o profissionalismo crescente e os esforços de disciplina militar para derrubar o regime de Kadafi". Desde o início da revolta contra o ditador líbio, no dia 17 de fevereiro, os rebeldes, que do­­minam o leste da Líbia, tentam avançar para oeste e conquistar Trípoli. As forças rebeldes são constituídas essencialmente por jovens voluntários sem experiência militar, assessorados por militares que abandonaram o Exér­­cito líbio.

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