
Trípoli - Oito oficiais do Exército líbio, incluindo cinco generais, anunciaram ontem as suas deserções em uma entrevista coletiva organizada pelo governo italiano em Roma.
Eles disseram que fazem parte de um grupo de 120 militares que abandonaram recentemente o país por discordar da violência promovida pelo ditador Muamar Kadafi contra os rebeldes.
"Esperamos que outros se juntem ao povo líbio e abandonem esse déspota criminoso, disse o ex-ministro das Relações Exteriores líbio Shalgam Rahman. Rahman e Moussa Koussa, então chefe de espionagem, haviam abandonado seus cargos há dois meses.
"Há muitos assassinatos, genocídio, violência contra mulheres. Nenhuma pessoa com o mínimo de dignidade consegue fazer o que ele [Kadafi] mandava", disse um dos militares desertores, que se identificou como general Oun Ali Oun.
O embaixador líbio nas Nações Unidas, Abdurrahman Shalgam, que também se opõe ao regime de Kadafi, disse que os 120 desertores que abandonaram o posto se encontram fora da Líbia.
Resistência
Os rebeldes líbios que combatem o regime do coronel Muamar Kadafi formam a partir de agora o Exército de Libertação Nacional, informou em Benghazi o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião.
"Hoje [ontem], o CNT adotou a decisão N.º 67, que nomeia oficialmente as forças armadas rebeldes de Exército de Libertação Nacional", revela um comunicado entregue à imprensa.
"O CNT espera que essa denominação, temporária, permita definir melhor o profissionalismo crescente e os esforços de disciplina militar para derrubar o regime de Kadafi". Desde o início da revolta contra o ditador líbio, no dia 17 de fevereiro, os rebeldes, que dominam o leste da Líbia, tentam avançar para oeste e conquistar Trípoli. As forças rebeldes são constituídas essencialmente por jovens voluntários sem experiência militar, assessorados por militares que abandonaram o Exército líbio.



