• Carregando...
O chanceler alemão Olaf Scholz presta juramento durante a sua posse no Bundestag, o parlamento alemão, em Berlim, 8 de dezembro
O chanceler alemão Olaf Scholz presta juramento durante a sua posse no Bundestag, o parlamento alemão, em Berlim, 8 de dezembro| Foto: EFE/EPA/CLEMENS BILAN

Olaf Scholz garantiu a maioria dos votos no Parlamento nesta quarta-feira e será o novo chanceler da Alemanha, substituindo Angela Merkel, que ocupou o cargo por 16 anos.

Scholz obteve os votos de 395 dos 736 deputados alemães. Ele comandará a coalizão "semáforo", formada por socialdemocratas, liberais e verdes, a primeira aliança de três partidos desde 1957 no país.

O socialdemocrata, que foi vice-chanceler e ministro das Finanças de Merkel, foi formalmente nomeado chanceler pelo presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. O novo governo foi então anunciado no parlamento nesta tarde, e em seguida Scholz e seu gabinete prestaram juramento.

Na votação secreta desta manhã, Scholz teve 21 votos a menos do que os 416 assentos que os três partidos da sua coalizão possuem no Parlamento. No entanto, vários deputados estavam ausentes por motivos de saúde; o número de presentes foi de 707.

O seu novo governo deve reforçar as ações de combate às mudanças climáticas, com a expansão do uso de energias renováveis e o adiantamento do fim do uso do carvão como energia, "idealmente" até 2030. Outras propostas políticas incluem a legalização da venda de maconha para uso recreativo e facilitar o caminho para a cidadania alemã, paralelamente a maiores esforços para deportar imigrantes que não conseguirem asilo.

O novo governo se comprometeu a alcançar a construção de 400 mil novas moradias por ano, para reduzir os preços dos aluguéis. A coalizão também pretende aumentar o salário mínimo dos atuais 9,60 euros por hora para 13,50.

Na política externa, Scholz deve manter a postura do governo anterior, defendendo uma União Europeia forte e a aliança trans-Atlântica. Annalena Baerbock, co-presidente dos Verdes e a candidata do partido para a chancelaria federal nas eleições de setembro, será a ministra de Relações Exteriores.

Robert Habeck, co-presidente dos Verdes, será o vice-chanceler. O ministério das Finanças ficou a cargo de Christian Lindner, líder dos liberais, que é contrário às propostas de aumento de impostos.

Metade dos 16 ministérios do governo será ocupada por mulheres. Esse é o maior percentual de mulheres no comando de pastas na história da Alemanha.

Quem é Olaf Scholz

Olaf Scholz, de 63 anos, nascido em Osnabruque, na Baixa Saxônia, cresceu em Hamburgo, cidade da qual foi prefeito na década passada. Em 1975, quando ainda estava no ensino médio, ingressou no SPD. Como advogado trabalhista, defendeu operários.

Com raízes socialistas na juventude, foi se tornando menos radical ao longo dos anos e ganhou fama de pragmático e austero e o apelido de “Scholz-o-mat” (algo como “Scholz-automático”), porque seria mais “robô” do que humano. Como secretário-geral do SPD durante a gestão de Gerhard Schröder (1998-2005), defendeu reformas sociais e trabalhistas criticadas pela ala mais à esquerda do partido.

Prefeito de Hamburgo entre 2011 e 2018, Scholz depois se tornou vice-chanceler e ministro das Finanças na coalizão entre o SPD e a aliança União Democrata-Cristã/União Social-Cristã (CDU/CSU) de Merkel, chamada de “grande coalizão”. Foi o responsável pelo pacote de auxílio durante a pandemia na Alemanha e também atuou para a elaboração do fundo de recuperação da União Europeia (UE).

Em setembro, o SPD de Scholz venceu as eleições parlamentares alemãs com 25,7% dos votos, uma margem estreita sobre a CDU/CSU de Merkel, liderada por Armin Laschet, que obteve 24,1% dos votos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]