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Insetos

Onda de percevejos assusta turistas e moradores de NY

Sol se põe atrás dos prédios da Times Square, em Nova York | Jason Szenes/EFE
Sol se põe atrás dos prédios da Times Square, em Nova York (Foto: Jason Szenes/EFE)

O primeiro sinal foi dado pelos colchões envoltos em plástico que subitamente tomaram as calçadas de Nova York. Depois, o alerta chegou ao metrô, onde 21 trens já foram tirados de circulação. Na semana passada, o escritório do gigante financeiro Pimco em Midtown precisou ser esvaziado.

Uma recém-alardeada onda de percevejos — pequenos parasitas que se alimentam exclusivamente de sangue humano, se alojam em camas e são espalhados ao pegar carona em roupas e bolsas — é o mais novo capítulo de uma história que assusta há tempos os nova-iorquinos. As autoridades municipais ainda não admitem que se trata de uma infestação como a que houve em 2010. Mas as últimas evidências deixaram muitos se perguntando por que a cidade mais rica do mundo não consegue se livrar dessa praga. Isso para não falar de outras, como os ratos, que são onipresentes.

"Percevejos são um problema em todo o país, mas sobretudo em Nova York, por causa da densidade populacional", diz Missy Henriksen, vice-presidente de relações-públicas da National Pest Management Association. "É difícil dizer que estamos vivendo um novo pico, porque não há muitos números disponíveis. Sei que, em 2000, entre 20% e 25% das empresas de dedetização americanas trataram infestações de percevejos. No ano passado, o número chegou a 99,6%."

Em 2010, foi impressionante ver os insetos em lugares notáveis como hotéis, cinemas e escritórios. Agora, isso não é mais novidade. Os turistas certamente se surpreenderão: a chance de ter percevejos num hotel de Nova York é de 47%, avisa o site The Bed Bug Registry, um banco de dados público sobre a incidência do inseto nos Estados Unidos.

Basta digitar um endereço ou o nome de um hotel para acessar mais de 30 mil relatos de histórias de horror ocorridas desde 2006. Boa parte do circuito hoteleiro da cidade está ali: W New York, Affinia 50, SoHo Grand, o Marriott da Lexington, até no Plaza Athenée.

Há, por exemplo, dois relatos de episódios no Waldorf Astoria em julho passado. "Mordidas misteriosas na minha perna me fizeram acreditar que seriam percevejos. Uma mordida na segunda noite. Duas na terceira. Coçando muito. Espero que não tenha levado nenhum deles de volta para casa", diz um deles.

"É injusto achar que os hotéis não estão fazendo o seu trabalho", reconhece Missy. "A maioria entende a importância de ter inspeções profissionais rotineiras e tem sido proativa. Mas um hotel pode estar livre de percevejos numa segunda-feira às 9h e, às 9h30, entrar um hóspede trazendo um deles na mala sem saber, dando início a uma infestação."

Ela conta que os percevejos — que não transmitem doenças, mas causam inevitável estresse psicológico — desapareceram dos EUA nas décadas de 1940 e 1950, graças a uma então nova geração de inseticidas. A partir dos anos 1960, a popularização das viagens internacionais e uma suposta resistência desenvolvida pelos parasitas teriam sido responsáveis pelo ressurgimento da praga.

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