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Fiéis participam de procissão da Via Sacra em Manágua, capital da Nicarágua, na semana passada
Fiéis participam de procissão da Via Sacra em Manágua, capital da Nicarágua, na semana passada| Foto: EFE/Jorge Torres

A ONG Monitoramento Azul e Branco, que desde 2018 registra violações de direitos humanos na Nicarágua, divulgou um relatório sobre as agressões contra a liberdade religiosa no país durante a Semana Santa de 2024.

Segundo a organização, ocorreram 23 incidentes de violação dos direitos humanos e da liberdade religiosa nos departamentos de Carazo, Estelí, Granada, León, Madriz, Manágua, Masaya e Região Autônoma da Costa Caribe Norte (RACCN).

“A maioria dos incidentes está relacionada com o assédio aos templos católicos e aos paroquianos durante procissões e atividades tradicionais”, apontou o comunicado da Monitoramento Azul e Branco.

De acordo com a ONG, foram relatadas obstruções de atividades e perseguições em igrejas principalmente nos departamentos de Manágua, León, Estelí e Madriz.

“Em Masaya e Granada, foi relatada a presença policial em torno dos templos, enquanto em Carazo, além da polícia, foi relatada a presença de paramilitares monitorando e assediando os paroquianos. Um evento religioso organizado por igrejas de denominação evangélica em Manágua também foi cancelado”, informou.

A Monitoramento Azul e Branco relatou “detenções arbitrárias” de quatro jovens que participavam de atividades religiosas no departamento de León e três em Manágua – estes foram libertados posteriormente.

O número de incidentes registrados este ano pela ONG é bem inferior ao da Semana Santa de 2023, quando foram mais de 70 casos.

Para a Monitoramento Azul e Branco, essa redução reflete “as consequências da autocensura e da perseguição religiosa imposta pelo regime, que levou à prisão e ao exílio de padres, trabalhadores de igrejas e fiéis”, restrições que “tiveram impacto na mobilização da população e, portanto, na liberdade religiosa na sociedade”.

Na semana passada, a advogada Marta Patrícia Molina, que investiga a repressão contra os cristãos na Nicarágua, havia denunciado que a Polícia Nacional havia destacado cerca de 4 mil agentes, o correspondente a 23% do efetivo da corporação, para impedir procissões em paróquias do país e registrar fotos e vídeos dos católicos durante a Semana Santa.

Antes, Molina havia afirmado que a ditadura de Daniel Ortega já havia proibido 4,8 mil procissões da Quaresma e da Semana Santa deste ano.

A ditadura da Nicarágua persegue os cristãos, com prisões, expulsões do país, restrições de atividades e confisco de propriedades, porque estes ajudaram manifestantes reprimidos pelo regime sandinista durante os protestos de 2018. Além disso, religiosos como o bispo Rolando Álvarez defenderam a volta da democracia ao país centro-americano.

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