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Decisão cabe ao governo

Ongs perdem batalha judicial para impedir Reino Unido de exportar armas para Israel

Protesto contra venda de armas para Israel em frente ao Parlamento do Reino Unido, em Londres, este mês (Foto: EFE/EPA/NEIL HALL)

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A ong palestina Al-Haq, sediada na Cisjordânia, e a Global Legal Action Network, sediada em Londres, perderam uma batalha judicial travada com o governo do Reino Unido para impedir a exportação de armas para Israel, argumentando que os equipamentos bélicos são usados em Gaza em clara violação de direitos humanos.

Um tribunal superior entendeu nesta segunda-feira (30) que a decisão de comercializar ou não com um país é uma "questão extremamente sensível e política" que cabe ao governo e não a juízes.

Em setembro do ano passado, o governo britânico revisou parcialmente as licenças para venda de armas e outros equipamento para Israel, suspendendo 30 das 350 ativas, sob a justificativa de que "poderiam ser usados ​​para cometer ou facilitar violações graves do direito internacional humanitário".

Apesar disso, os britânicos mantiveram a maioria das licenças, incluindo componentes de um programa multinacional de produção e manutenção de aeronaves de combate F-35, comumente usados por Israel e outras nações em operações militares.

As ongs pediram, então, a revisão dessas exportações em um tribunal, com apoio de outras organizações conhecidas como a Anistia Internacional, Oxfam e a Human Rights Watch, argumentando que seu objetivo era impedir o "genocídio" e a venda de armas para "atacar civis".

Nesta segunda-feira, o Tribunal Superior da Inglaterra decidiu que o Judiciário não tem poder para determinar se a conduta de Israel em Gaza constitui genocídio ou crimes de guerra. Além disso, a venda de armas para Israel é uma decisão política que cabe aos ministros do governo tomar medidas.

Os magistrados destacaram na decisão escrita que, “de acordo com a nossa constituição, essa questão extremamente sensível e política cabe ao Executivo, que é democraticamente responsável perante o Parlamento e, em última análise, perante o eleitorado, e não perante os tribunais”.

Os advogados que defendem a causa contra o comércio com Israel afirmaram que a decisão do governo britânico de manter o repasse de equipamentos bélicos para Israel estava diretamente relacionada à preocupação com o "impacto potencial no relacionamento com os Estados Unidos". A corte superior concluiu que não foram apresentadas evidências nesse sentido no processo.

O governo do primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, se manifestou após a decisão judicial, dizendo que sua tomada de decisão é "completa e legal" e o país "opera um dos regimes de controle de exportação mais robustos do mundo".

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