
A ONU condenou ontem o que definiu como "uso excessivo de força" por parte do governo da Venezuela para conter "protestos pacíficos" em Caracas e afirmou ter recebido denúncias sobre a falta de informações dos manifestantes detidos.
A Guarda Nacional Bolivariana (GNB) avançou na quinta-feira sobre acampamentos de opositores e acabou prendendo 243 pessoas. As forças do governo afirmam ter encontrado drogas e armas em posse dos manifestantes.
"Condenamos a violência de todas as partes na Venezuela, mas estamos particularmente preocupados com relatos sobre o uso excessivo de força das autoridades em resposta aos protestos", disse Rupert Colville, porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, durante coletiva de imprensa em Genebra.
Colville recordou que a polícia venezuelana desalojou, entre outros, "um movimento que acampava pacificamente" em frente à sede da ONU em Caracas, e reiterou o apelo feito pelas Nações Unidas ao governo de Nicolás Maduro para garantir que as pessoas não sejam penalizadas por exercerem o seu direito de se reunir pacificamente e de exercer a liberdade de expressão.
A ação da polícia bolivariana vem poucos dias após a ONG Observatório dos Direitos Humanos divulgar relatório no qual denuncia a violação dos direitos humanos contra manifestantes na Venezuela.
Sanções
Nos EUA, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto de lei que tem o objetivo de punir funcionários do governo venezuelano responsáveis pelos crimes humanitários e pela censura a meios de comunicação durante os protestos que já deixaram 42 mortos no país.
A iniciativa precisa passar por votação no plenário da Câmara e Senado. O governo de Barack Obama disse que, por hora, não é a favor de aplicar sanções contra a Venezuela.



