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ONU faz reunião de emergência hoje sobre crise em Honduras

Lula rechaça acusação do governo golpista de intromissão no país. Chávez admite que ajudou no retorno de Zelaya a Tegucigalpa

Estudantes universitários simpatizantes de Manuel Zelaya enfrentam a polícia na capital hondurenha: repressão |

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Estudantes universitários simpatizantes de Manuel Zelaya enfrentam a polícia na capital hondurenha: repressão

Entenda últimos acontecimentos sobre retorno de Zelaya |

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Entenda últimos acontecimentos sobre retorno de Zelaya

Nova Iorque - O Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) realiza hoje um encontro de emergência para analisar a turbulência política em Honduras. A embaixadora dos Estados Unidos na organização, Susan Rice, cujo país exerce neste mês a presidência do Conselho de 15 membros, disse que a reunião atende a um pedido do governo brasileiro.

O presidente deposto de Hon­­duras Manuel Zelaya está abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde segunda-feira. Ele foi deposto em um golpe militar em 28 de junho, em meio a uma profunda crise política provocada pela sua insistência em promover um referendo para convocação de uma Assembleia Cons­­tituinte.

Na reunião de hoje, que possui caráter "preliminar e consultivo", será decidido se o Conselho de Segurança da ONU fará intervenção no país.

Em outra ofensiva do Brasil para resolver a crise, o subsecretário-geral da América do Sul do Itamaraty, embaixador Ênio Cor­­deiro, anunciou que a Organização dos Estados Americanos (OEA) enviará hoje missão a Tegucigalpa, preparando terreno para a visita do secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza.

Intromissão

O governo interino de Honduras afirmou ontem que houve "evidente intromissão’’ do Brasil "nos assuntos internos’’ do país na acolhida do presidente deposto, Ma­­nuel Zelaya, na embaixada brasileira em Tegucigalpa e que, por isso, o governo brasileiro é responsável não só pela segurança do hondurenho como pela de todas as pessoas e propriedades que estiverem envolvidas no caso.

O comunicado da Secretaria de Relações Exteriores de Honduras, em tom grave, conclui que ocorreu a intromissão apenas com base em uma declaração de Zelaya na qual ele afirma ter "consultado’’ o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amo­­rim sobre a sua viagem.

Essa conclusão do governo interino de Honduras, no entanto, contraria as declarações das autoridades do Brasil e do próprio Ze­­laya do episódio. Único diplomata brasileiro presente em Honduras, o ministro-conselheiro Francisco Catunda Resende, disse que foi surpreendido depois de concordar em receber Xiomara de Zelaya, mulher de Zelaya, na embaixada. O presidente deposto também confirmou que o Brasil não sabia "dos planos’’.

Questionado ontem em Pitts­­burgh (EUA), onde participa de reu­­nião do G20, sobre a nota do governo golpista de Honduras, Lula foi sucinto: "Vocês têm que acreditar num golpista ou em mim’’.

Chávez

As acusações do governo interino de Honduras também contrariam declarações do presidente da Ve­­nezuela, Hugo Chávez. O líder venezuelano disse ontem, antes de seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, que "sabia de tudo" sobre o plano de Manuel Zelaya de voltar a Honduras.

"Foi uma operação secreta, uma grande operação de dissimulação", disse.

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