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Guerra em Gaza

ONU para de abastecer Gaza após ataque israelense contra comboio

Entidade acusa Israel de matar motorista de um caminhão que levava suprimentos

Palestinos rezam durante funeral de nove pessoas mortas em um ataque israelense em Beit Lahiya, no norte da Faixa de Gaza | Mohammed Abed/AFP
Palestinos rezam durante funeral de nove pessoas mortas em um ataque israelense em Beit Lahiya, no norte da Faixa de Gaza (Foto: Mohammed Abed/AFP)
Veja como foi a ofensiva no 13º dia da ofensiva na Faixa de Gaza |

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Veja como foi a ofensiva no 13º dia da ofensiva na Faixa de Gaza

Sderot, Israel - Em meio às arrastadas tratativas diplomáticas para estabelecer um cessar-fogo, a pressão internacional cresceu sobre Israel, no 13º dia de sua ofensiva contra o grupo fundamentalista Hamas na Faixa de Gaza.

A ONU decidiu suspender a entrega de ajuda humanitária aos palestinos de Gaza depois de afirmar que o motorista de um dos caminhões de suprimentos foi morto em um ataque israelense na área da fronteira. Já o Comitê International da Cruz Vermelha acusou Israel de barrar ajuda aos feridos e de criar "cenas chocantes’’ de crise humanitária.

Pelo segundo dia consecutivo, Israel suspendeu os ataques durante três horas para permitir a entrada e distribuição de ajuda humanitária em Gaza. Também foi autorizada a saída de quase 300 pessoas com passaporte estrangeiro, entre eles canadenses, filipinos e europeus de vários países. Não havia brasileiros no grupo, o segundo a deixar Gaza desde o início da ofensiva.

De acordo com a UNRWA (agência da ONU de assistência aos palestinos), o comboio com ajuda humanitária foi atingido por disparos israelenses por volta de 9h (5h de Brasília), quando três veículos da única empresa autorizada a operar na fronteira recolhia alimentos na passagem de Erez. O motorista morto foi identificado como um palestino de 32 anos.

Um dos coordenadores da UNRWA em Gaza, Chris Gunnes, disse que esta não foi a primeira vez, desde o início da operação militar, que veículos da ONU são alvos de disparos israelenses. Segundo ele, não há prazo para o reinício da assistência a Gaza.

Sob crescente pressão internacional em virtude do alto número de baixas civis na ofensiva a Gaza e da crise humanitária cada vez mais grave no território sitiado, Israel prometeu investigar o incidente.

"Não temos provas de que o motorista foi morto por fogo israelense’’, disse a major Avital Leibovitch, porta-voz do Exército. "Mas gostaria de ressaltar que consideramos o trabalho das organizações humanitárias em Gaza e em outras áreas hostis do mundo extremamente importantes e buscamos ajudá-lo de toda forma possível.’’

John Ging, principal responsável pelas atividades humanitárias da ONU em Gaza, disse que os veículos atingidos estavam claramente marcados com símbolos da organização. "É totalmente inaceitável que o comboio sofra ataques depois de receber autorização de Israel’’, disse Ging.

Mais mortos

Enquanto isso, tanques israelenses continuaram se movimentando na Faixa de Gaza, e a aviação manteve os ataques a alvos do Hamas. De acordo com a agência de notícias Associated Press, durante o cessar-fogo de três horas, 35 corpos foram descobertos nos escombros de uma casa destruída. A estimativa é a de que o total de mortos nos ataques israelenses a Gaza, que ontem completaram duas semanas, supere 760.

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