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Uma nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o Irã deverá estar pronta até meados de junho, disseram fontes diplomáticas nesta sexta-feira, mas ainda está incerto quando um esboço da proposta será apresentado ao Conselho de Segurança.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse à Reuters que o governo brasileiro está disposto a encontrar uma solução negociado com o Irã para o impasse do programa nuclear da República Islâmica, um processo que poderia atrasar a entrega do esboço à ONU.

Mas diplomatas europeus disseram que o prazo para obter a aprovação da quarta rodada de sanções permanecia até meados de junho, já que os Estados Unidos e seus aliados europeus, com crescente apoio de Rússia e China, aumentam a pressão sobre o Irã.

"O prazo com o qual estamos trabalhando é ter uma resolução do Conselho de Segurança na segunda semana de junho", disse uma das fontes, que acompanha de perto as discussões entre as partes.

O bloco UE3+3 - EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China - discute há meses o conteúdo do documento preliminar para uma quarta rodada de sanções, enquanto o Irã indicou que está preparado para reabrir as discussões sobre a troca de combustível, o que poderá evitar novas sanções mais severas.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchenr Mottaki, se reuniu com diplomatas do Conselho de Segurança em Nova York nesta semana e disse que havia reiterado a possibilidade de uma troca de urânio.

"Todos deveriam dar uma chance para a proposta de troca (de combustível). Todos deveriam tentar encontrar um caminho adequado para resolver esse problema", disse ele a repórteres na Turquia, onde conversou com seu homólogo turco, Ahmet Davutoglu, nesta sexta-feira.

Os esforços agora eram para convencer o máximo possível dos países a apoiar as medidas contidas no documento preliminar.

A Turquia, assim como o Brasil, é um dos 10 membros não permanentes do Conselho de Segurança na ONU e permanece contrária à nova rodada de sanções contra o Irã. O país tem resistido repetidamente às tentativas da União Europeia de mudar sua posição.

"Os turcos têm de ser convencidos um pouco mais", disse uma das fontes, acrescentando que os esforços seriam redobrados nas próximas semanas para tentar ganhar a Turquia.

Ao mesmo tempo, o Brasil também tenta dar mais tempo ao Irã. Amorim disse à Reuters que via uma janela de oportunidade e disposição do Irã para alcançar uma solução negociada.

Rússia pode apoiar sanções

A Rússia espera que os Estados Unidos suspendam proibições comerciais contra quatro empresas russas caso Moscou apoie novas sanções contra o Irã, disse uma autoridade do Kremlin nesta sexta-feira.A autoridade disse que a Rússia quer "a remoção imediata" das sanções dos EUA contra a exportadora de armas estatal russa Rosoboronexport e outras três empresas que indicou que estavam sob restrições norte-americanas com o objetivo de evitar a proliferação de armas.

"Nós vamos exigir isso, já que eles estão contando com o nosso posicionamento no estabelecimento de medidas contra o Irã junto à comunidade internacional", disse a autoridade a jornalistas, falando sob a condição de anonimato.

Os EUA e aliados ocidentais buscam o apoio da Rússia, que é membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem poder de veto, para uma quarta rodada de sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear.

A Rússia tem indicado que poderá apoiar as sanções, mas salientou que elas não devem prejudicar o povo iraniano.

A Rússia vem há muito tempo criticando as sanções contra a Rosoboronexport e outras firmas acusadas de vender tecnologia capaz de ajudar o Irã, a Síria ou a Coreia do Norte a desenvolver armas de destruição em massa ou sistemas de mísseis.

O governo russo alega que nenhuma venda de armas feita pelo país viola a lei internacional ou as regras de não proliferação.

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