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Crise

Oposição cerca ditador da Costa do Marfim

Defensores do líder oposicionista Alassane Ouattara entram em Abidjan para enfrentar as forças do governo | Issouf Sanogo/AFP
Defensores do líder oposicionista Alassane Ouattara entram em Abidjan para enfrentar as forças do governo (Foto: Issouf Sanogo/AFP)

Abidjã - Forças oposicionistas da Costa do Marfim cercaram ontem o palácio presidencial em Abidjã, a maior cidade do país, e mantiveram combates com as tropas leais ao governo. Houve ataques à tevê estatal, à casa do ditador Laurent Gbagbo (pronuncia-se "bagbô’’) e a duas bases militares.

As milícias de oposição tentam empossar o rival do ditador, Alassane Ouattara (pronuncia-se "uatarrᒒ). Ele venceu a eleição presidencial de novembro de 2010, reconhecida pela ONU, mas não assumiu porque Gbagbo se recusa a deixar o poder.

O ditador não é visto em público há cinco dias, mas seus aliados continuam a dizer que ele não tem a intenção de deixar o cargo.

Gbagbo governa a Costa do Marfim desde 2000. Original­­mente, seu mandato ia até 2005, mas a eleição foi adiada por cinco anos sob a alegação de que a instabilidade no país não a permitia.

Na zona de guerra em que Abid­­jã se transformou, os homens de Ouattara enfrentam agora os cerca de 2.500 soldados da Guarda Republicana de Gbagbo, além da parte do Exército que não desertou no decorrer dos conflitos.

A oposição alega ter o controle de cerca de 80% do território marfinense. Ontem, ao norte de Abid­­jã, centenas de soldados leais a Ouattara preparavam-se para o que chamavam de "ataque final’’ às tropas do ditador.

Embora os números de mortos e feridos nos confrontos sejam incertos, a ONG Médicos sem Fronteiras diz ter atendido pelo menos 80 pessoas nos últimos dois dias. A maior parte delas so­­freu ferimentos à bala.

A missão de paz da ONU na Costa do Marfim informou ter sido atacada por forças leais a Gbagbo. Houve tiroteio, que durou cerca de três horas e deixou feridos três integrantes da força de paz.

Pressão

A França e a União Africana pediram ontem que Gbagbo renuncie. "Enquanto antes Gbagbo sair, antes acaba a violência", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da França, Bernard Valero.

Valero afirmou ainda não saber o paradeiro do marfinense. Mais cedo, contudo, o embaixador da França na Costa do Marfim, Jean Marc Simon, disse que Gbab­­go está provavelmente no palácio presidencial de Abidjã.

"Na quinta-feira vimos um barco com muitas pessoas sair do cais da residência presidencial, que fica perto de uma lagoa, mas não conseguimos saber se ele estava a bordo", disse o embaixador. "Temos razões para acreditar que o presidente Gbagbo está no palácio presidencial", acrescentou.

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