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O partido Demokraatit, de centro-direita, conquistou cerca de 30% dos votos nas eleições da Groenlândia, nesta terça-feira (11).
O resultado é visto como uma resposta desfavorável ao presidente dos EUA, Donald Trump, que vem pressionando a maior ilha do mundo a negociar com Washington, desde que retornou à Casa Branca.
O partido com o maior número de votos defende a independência do território, atualmente controlado pela Dinamarca, mas de uma forma lenta, ao contrário de outras legendas que participaram da votação.
O líder do Demokraatit, Jens-Frederik Nielsen, afirmou à emissora australiana Sky News na véspera das eleições que os eleitores deveriam usar o momento para mostrar a Trump que "a população não está interessada na intromissão no futuro deles".
Nielsen acrescentou: "Espero que isso envie uma mensagem clara a ele de que não estamos à venda".
"Não queremos ser americanos. Não, não queremos ser dinamarqueses. Queremos ser groenlandeses. E queremos nossa própria independência no futuro. E queremos construir nosso próprio país por nós mesmos, não com sua esperança", disse ainda na entrevista.
A segunda legenda mais votada, Naleraq, também de oposição à esquerda, conquistou 24,5% dos votos e defende uma independência rápida, no prazo de três anos, além de um acordo bilateral de segurança com os EUA. Um dos candidatos do partido disse antes da votação que Trump estava "ajudando sua causa".
Esse reconhecimento de apoio do presidente americano pode dar fôlego aos seus planos de negociar a exploração de recursos na Groenlândia em algum momento, fomentando a independência da ilha do Ártico.
Em uma postagem no Facebook, o primeiro-ministro Mute Egede afirmou que “respeita o resultado da eleição” e irá ouvir propostas nas próximas negociações de coalizão. O partido governista Inuit Ataqatigiit e seu aliado Siumut sofreram um revés, conquistando 36% dos votos, abaixo dos 66,1% de 2021.
