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O deputado oposicionista Ilya Yashin com o relatório que acusa Vladimir Putin: guerra em segredo. | Maxim Zmeyev / Reuters
O deputado oposicionista Ilya Yashin com o relatório que acusa Vladimir Putin: guerra em segredo.| Foto: Maxim Zmeyev / Reuters

Ao menos 220 soldados russos morreram em combate no leste da Ucrânia, segundo relatório apresentado ontem pela oposição ao presidente Vladimir Putin. Além disso, Moscou gastou 53 bilhões de rublos (pouco mais de US$ 1 bilhão) na guerra no leste ucraniano, diz o documento.

US$ 40 mil

foi o valor pago às famílias de 150 soldados russos mortos na batalha de Ilovaisk, na Ucrânia, segundo o relatório divulgado ontem. As famílias teriam se comprometido a manter sigilo sobre as mortes.

O relatório foi feito com base em dados do ex-vice-primeiro-ministro e opositor russo Boris Nemtsov, assassinado a tiros no dia 27 de fevereiro deste ano nos arredores do Kremlin.

“Queremos contar a verdade ao povo russo, a essa maioria que apoia o presidente Putin. Este relatório prova que a direção do nosso país é culpada de um crime que causou vítimas ucranianas e russas”, disse Ilya Yashin, correligionário de Nemtsov no Partido Republicano da Rússia.

O documento, intitulado “Putin. Guerra”, reúne testemunhos de parentes de soldados russos mortos em combate, militares presos em território ucraniano e pessoas que revelaram informações sob condição de anonimato, além de funcionários públicos de Moscou que também falaram com Nemtsov.

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O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse desconhecer o relatório da oposição sobre a morte de 220 militares russos na Ucrânia. “Não conheço esse relatório, por isso não posso fazer comentários”, respondeu a jornalistas.

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Segundo o relatório, pelo menos 150 soldados russos morreram em agosto de 2014, durante a ofensiva das tropas ucranianas que foi detida pelas tropas russas na cidade de Ilovaisk, na região de Donetsk.

A investigação acrescenta que os parentes dos soldados russos mortos na batalha de Ilovaisk receberam uma compensação de 2 milhões de rublos (cerca de US$ 40 mil dólares) e tiveram de assinar uma cláusula de confidencialidade.

Cerca de 70 soldados russos, entre eles 17 paraquedistas, morreram em janeiro e fevereiro deste ano nos combates na cidade de Debaltsevo, de acordo com os dados de Nemtsov. Familiares de soldados mortos teriam se reunido com ele para que os ajudasse a receber as compensações.

Os autores do relatório admitiram que não foi possível reunir provas contundentes sobre armamento russo em mãos dos rebeldes, mas observaram provas circunstanciais que demonstrariam este fato.

“Os separatistas reconhecem nos acordos de Minsk que têm sistemas de lançamento de mísseis ‘Tornado S’, fabricados na Rússia e que nunca foram exportados, o que prova que as milícias lutam com armamento russo”, disse Yashin.

Pelos cálculos do economista Sergei Alexashenko, desde julho de 2014 Moscou gastou cerca de 80 bilhões de rublos (US$ 1,6 bilhão) em ajuda aos milhares de ucranianos que se refugiaram na Rússia. O relatório foi redigido por um grupo de correligionários de Nemtsov, entre eles o ex-vice-primeiro-ministro Alfred Koj e os jornalistas Aider Muzhdabayev e Oleg Kashin, além de Ilya Yashin, que é deputado.

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