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A oposição russa anunciou nesta segunda-feira (13) a criação de um conselho coordenador para organizar as ações de protesto contra o presidente do país, Vladimir Putin.

O dirigente opositor e blogueiro, Alexei Navalni, anunciou que no dia 7 de outubro serão realizadas as eleições do conselho, que reunirá partidos políticos e organizações sociais de todos os tipos.

O conselho, que coordenará os protestos, o diálogo com as autoridades e a política da oposição, será composto por 45 membros, dos quais 15 serão representantes de formações políticas e o restante independentes.

Navalni afirmou que várias organizações encarregadas de observar a votação em nível federal e municipal garantirão a limpeza das eleições do conselho.

Navalni, que ganhou notoriedade por descobrir vários casos de corrupção na administração pública, foi acusado formalmente pela justiça por apropriação indevida, delito pelo qual poderia ser condenado a dez anos de prisão.

A ideia de criar um conselho coordenador surgiu durante o último grande protesto da oposição extra-parlamentar, que reuniu no centro de Moscou mais de cem mil pessoas em 12 de julho.

Outro líder opositor, Sergei Udaltsov, disse que o próximo protesto será realizado no dia 15 de setembro e poderia reunir 150 mil pessoas.

"Estamos lançando uma ofensiva contra ladrões e sem-vergonhas" - adjetivos que se referem ao partido no poder Rússia Unida -, disse Udaltsov, acrescentando que nas outras cidades russas de mais de um milhão de habitantes também serão realizados protestos massivos neste dia.

A oposição continua pedindo a repetição das eleições parlamentares de dezembro do ano passado, que considerou fraudulentas, e defende a implementação reformas políticas.

Recentemente, Putin alertou sobre o perigo das atitudes anarquistas da oposição, a qual acusou de estar influenciada pelo Ocidente.

Putin promulgou em junho uma nova lei que endureceu as multas em caso de violação das normas nos comícios e atos políticos públicos, o que a oposição vê como uma restrição da liberdade de manifestação.

Além disso, aprovou outra que obriga às ONGs financiadas pelo exterior que se dedicam a atividades políticas a se registrarem como "agentes estrangeiros".

Ambas leis foram denunciadas pelos países ocidentais, mas o Kremlin alega que seu objetivo é garantir a estabilidade política e proteger a Rússia da ingerência externa.

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