
O candidato da oposição venezuelana, Henrique Capriles, encabeça neste domingo (10) uma marcha para marcar o registro de sua candidatura nas eleições presidenciais de outubro, na qual disputará o cargo com o presidente Hugo Chávez, há 13 anos no poder e atualmente em tratamento de câncer. Simpatizantes já estão concentrados na capital Caracas para o início da passeata, prevista para começar às 10h (horário local).
Estimulado por eleições primárias nas quais tomaram parte mais de 3 milhões de pessoas, um número bem maior do que o esperado, Capriles medirá com Chávez pela primeira vez seu poder de convocação da população para ir às ruas. A carreata vai percorrer mais de dez quilômetros de Caracas. Segundo jornais locais, venezuelanos de todo o país vieram à capital.
Enquanto isso, Chávez convocou seus seguidores para uma manifestação na segunda-feira para registrar sua candidatura e entregar seu plano de governo.
"O domingo será a verdadeira pesquisa nacional. Estes eventos mostrarão uma comparação real, uma pesquisa nacional", disse na sexta-feira o coordenador da campanha de Capriles, Leopoldo López.
Capriles acaba de concluir uma rodada de visitas casa a casa por todas as partes do território venezuelano, mostrando-se forte e enérgico, enquanto Chávez ia e vinha de Cuba para submeter-se a um tratamento do câncer que o forçou a diminuir seu ritmo de gestão, normalmente frenético.
Neste domingo, completa um ano que o presidente foi operado pela primeira vez em Cuba. No sábado, Chávez disse que saiu "absolutamente bem" de avaliações médicas feitas poucos dias depois de um tratamento de radioterapia para o combate ao câncer diagnosticado há um ano.
O candidato oposicionista tem uma dura batalha pela frente. A maioria das sondagens de intenção de voto dá a Chávez pelo menos 15 pontos de vantagem sobre Capriles, embora alguns institutos de pesquisa garantam que a corrida está sendo disputada palmo a palmo. A oposição afirma que pela primeira vez desde 1998 tem a oportunidade real de vencer. Já os governistas projetam que sua vantagem é irreversível, faltando apenas quatro meses para as eleições.



