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As organizações internacionais de ajuda humanitária estão enfrentando dificuldade para entregar suprimentos nas áreas mais afetadas pelo confronto na Líbia, mas conseguiram levar alguns carregamentos em operações sem grande alarde, disseram funcionários dessas organizações.

Muitos funcionários afirmaram que a necessidade mais urgente está em Misrata, a terceira maior cidade da Líbia, onde o principal hospital está lotado de feridos, mas não tem eletricidade nem água.

O confronto entre os rebeldes da cidade e as forças do governo prossegue, com franco-atiradores do governo disparando na área do entorno do hospital, contaram testemunhas.

"A situação humanitária está muito difícil. Sem água nem eletricidade e com dificuldades no atendimento médico. A vida está se tornando complicada", disse o líbio Abdulbasset, porta-voz dos rebeldes de Misrata.

Duccio Staderini, vice-coordenador de emergência dos Médicos sem Fronteiras, afirmou que seu grupo conseguiu levar um carregamento com suprimentos médicos em Misrata na noite de segunda-feira numa missão discreta.

"Estamos nessa situação difícil porque não nos é dado acesso", disse ele por telefone desde o lado tunisiano da fronteira com a Líbia. "Não podemos falar claramente sobre nossas operações."

Ele não informou como a organização de ajuda humanitária carregou uma embarcação com suprimentos médicos para 300 pessoas, mas disse que a viagem a Misrata levou uma semana.

O grupo trabalha agora para organizar outros carregamentos com produtos médicos para a cidade, embora as autoridades líbias não tenham dado permissão para isso.

"Estamos muito preocupados", disse Staderini, que acrescentou que seu grupo queria levar alguns feridos para a vizinha Tunísia a fim de que obtenham um tratamento médico melhor. "O que estamos tentando fazer aqui é aumentar o espaço humanitário que está praticamente fechado."

Uma crise humanitária cada vez maior em cidades como Misrata deve colocar uma pressão ainda maior sobre a coalizão ocidental para que não apenas garanta a aplicação de uma zona de exclusão aérea, mas que intervenha de forma mais ativa nos acontecimentos no campo de batalha.

Uma testemunha em outra cidade do oeste do país, onde os rebeldes enfrentam as forças do governo, afirmou que traficantes haviam levado suprimentos médicos. Ele não quis que os detalhes fossem publicados para evitar colocar em risco a operação.

Staderini disse que talvez fosse necessária ajuda internacional à capital Trípoli, mas os funcionários não foram autorizados a avaliar as necessidades nem a fornecer ajuda.

Mais para o leste do país, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) levou na quarta-feira por terra 145 toneladas de alimentos, incluindo lentilhas, arroz, açúcar e óleos, saindo do Egito e chegando a Tobruk, disse o porta-voz Marçal Izard.

O grupo retirou dois cirurgiões de Benghazi há oito dias por causa do confronto, mas alguns especialistas médicos voltaram à área. A equipe dos Médicos sem Fronteiras também se retirou de Benghazi no dia 15 de março com a intensificação dos conflitos.

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