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Tbilisi, Geórgia – A Ossétia do Sul votou majoritariamente a favor de sua independência, segundo os resultados do referendo de domingo. A eleição ratifica a decisão tomada pela região em 1991, quando a independência foi declarada. No entanto, nenhuma nação reconhece essa autonomia. Mesmo agora, com o referendo e o apoio discreto da Rússia, a região separatista da Geórgia não tem qualquer possibilidade de ser reconhecida pela comunidade internacional.

A Ossétia do Sul aspira, assim como a Moldávia, a aderir à Federação russa. Por isso quase 99% dos ossetas do sul votaram a favor da proposta de tornar a república um Estado independente, segundo Bela Plieva, chefe da comissão eleitoral local. No referendo, o atual "presidente", Eduard Kokoity, foi reeleito com 96% dos votos dos 55 mil eleitores locais.

Conscientes de que o referendo não será reconhecido no exterior, nem mesmo por Moscou, que os apóia, os ossetas do sul anunciaram que a eleição constituía uma primeira etapa para chegar ao reconhecimento da região e, eventualmente, obter sua integração à Rússia.

Europa

A União Européia e Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) advertiram de antemão que a realização do referendo poderia desencadear uma escalada de violência na região, já abalada pela crise entre a Rússia e a Geórgia (veja texto abaixo). Karel de Gucht, presidente da OSCE, que atua como mediador no conflito, classificou a consulta de "contraproducente".

A Geórgia acusa Moscou de aproveitar do embargo econômico e o referendo osseta para "castigar" Tbilisi desde que, em 2004, o governo georgiano buscou se aproximar da União Européia e dos Estados Unidos por meio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O ministro das Relações Exteriores georgiano, Guela Bejuachvili, considera que Moscou quer, além disso, "arrebatar" para si a Ossétia do Sul e a Abkházia, outra região separatista da Geórgia.

Por sua vez, a Rússia, que não quer a aproximação entre a Geórgia e a Otan, acusa Tbilisi de querer retomar à força a Ossétia do Sul e a Abkházia. Os habitantes da Ossétia do Sul já se pronunciaram em referendo a favor de sua independência e adesão à Ossétia do Norte, que faz parte da Federação da Rússia. A imensa maioria dos ossetas possui passaporte russo, usa o rublo e se encontra sob proteção das forças de interposição russas. Incidentes são freqüentes na região, onde as autoridades separatistas anunciaram na semana passada que haviam matado quatro "sabotadores" georgianos enviados por Tbilisi, uma informação que a Geórgia não confirma nem desmente.

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