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O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, lamentou nesta segunda-feira a morte de soldados paquistaneses na semana passada e disse esperar que o Paquistão reabra em breve a fronteira com o Afeganistão para a passagem de suprimentos militares.

O Paquistão bloqueou as rotas de abastecimento da Otan em represália a um bombardeio desfechado por helicópteros dentro do seu território, causando a morte de três soldados paquistaneses na semana passada na região de Kurram (oeste paquistanês).

"Expressei meu sincero pesar pelo incidente da semana passada, em que soldados paquistaneses perderam suas vidas", disse Rasmussen após reunião em Bruxelas com o chanceler do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi. "Expressei minha esperança de que a fronteira seja aberta aos suprimentos assim que possível."

O pedido de desculpas foi feito após homens armados atacarem, nos arredores de Islamabad, um comboio de caminhões que levava suprimentos para as forças ocidentais no Afeganistão.

O chefe de polícia Mirwaiz Niaz disse que pelo menos 12 homens abriram fogo contra os caminhões-tanques num depósito próximo à capital, na noite de domingo, matando três guardas e incendiando 13 veículos. O Taliban paquistanês assumiu a autoria da ação.

"Vamos continuar tais ataques em todo o país para vingar os ataques teleguiados e os ataques das forças estrangeiras dentro do território paquistanês", disse Azam Tariq, porta-voz do grupo, falando à Reuters por telefone de um local não informado.

O Paquistão diz oficialmente que a fronteira está fechada por razões de segurança, e que as ameaças do Taliban devem fazer com que a interdição - já no seu quinto dia - seja mantida.

Essa rota é vital para os esforços militares dos EUA e seus aliados no Afeganistão, e o fechamento é um sinal da forte tensão nas relações entre Washington e Islamabad.

"Há esforços em curso para resolver essa questão, mas existe muita revolta no Paquistão pela incursão na fronteira", disse uma fonte de alto escalão do governo paquistanês à Reuters.Nenhum porta-voz da Otan no Afeganistão foi localizado para comentar as declarações.

Apesar da sua indignação, o Paquistão não tem condições de contrariar durante muito tempo um aliado que lhe garante 2 bilhões de dólares por ano em ajuda militar - algo crucial para o combate aos militantes no território paquistanês, segundo analistas.

"Essa questão tem de ser resolvida e será resolvida logo, porque ninguém pode se dar ao luxo de um rompimento total", disse uma fonte paquistanesa da área da segurança. "É preciso haver uma solução, e acho que haverá. Mas há raiva e é preciso resolvê-la."

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