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Com a força do sol -Uma mulher caminha sobre a plataforma do maior barco movido a energia solar do mundo, em Cancún. O Turanor Planet Solar é um catamarã com cerca de 30 metros de comprimento por 15 metros de largura. O barco está dando a volta ao mundo para mostrar que o sol é uma fonte de energia alternativa viável e não poluente. A embarcação foi projetada por um neozelandês e construída na Alemanha. | Gerardo Garcia/Reuters
Com a força do sol -Uma mulher caminha sobre a plataforma do maior barco movido a energia solar do mundo, em Cancún. O Turanor Planet Solar é um catamarã com cerca de 30 metros de comprimento por 15 metros de largura. O barco está dando a volta ao mundo para mostrar que o sol é uma fonte de energia alternativa viável e não poluente. A embarcação foi projetada por um neozelandês e construída na Alemanha.| Foto: Gerardo Garcia/Reuters

Negociações

Países tentam chegar a um consenso

Os negociadores do clima esperam que as negociações organizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) eliminem as diferenças que impedem a conclusão de um acordo para combater o desmatamento e ajudar os países pobres mais atingidos pelos efeitos do aquecimento global.

Um ano depois do fracasso da cúpula de Copenhague, as

Nações Unidas e o anfitrião México tentam manter as esperanças nas negociações, abordando um tema de cada vez para então chegar a um acordo mais amplo.

As discussões acontecerão até amanhã e muitos negociadores acreditam ser possível chegar a um acordo que contemple três pontos fundamentais: a montagem de um fundo global para o clima, o suporte para desencorajar o desmatamento e a verificação das garantias de cada país. "Estou cuidadosamente otimista de que conseguiremos o que viemos aqui para fazer", disse o negociador brasileiro, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo. A ministra brasileira do Meio Ambiente Izabella Teixeira, por sua vez, comentou que "começa agora o processo de salas fechadas, negociadores nervosos, trabalhando madrugada adentro sem comer".

Esforços concentrados

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse esperar que os mais de 190 países reunidos no balneário mexicano possam chegar a um consenso acerca de meios para controlar o desmatamento, uma das principais fontes de emissão de gás carbônico do planeta. "Precisamos trazer esperança para o público global, que está cada vez mais descrente com os avanços pequenos alcançados nas reuniões sobre as mudanças climáticas", indicou Ban em um comunicado.

AFP

Cancún - Nas horas finais da Conferência da ONU para o Clima, que termina hoje, duas conclusões principais emergem: a primeira é a de que a COP-16 ruma para um re­­sultado aguado, mas não deve ruir. A ou­­tra é que uma decisão sobre florestas será o grande e único avanço da cúpula. "Toda esta ne­­go­­ciação é sobre um pa­­cote de resultados. Mas temos de reconhecer que um quinto do pacote, se fosse fechado, seria um avanço significativo", disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace. "Espero que não, mas temo que este seja o único grande resultado", disse o negociado de Papua-Nova Guiné, Ke­­vin Conrad, sobre a aprovação do "Redd +". A abreviação se refere à redução de emissões por desmatamento e degradação de florestas. O "plus", à exigência de contemplar conservação biológica nesse esquema para diminuir o lançamento de gases-estufa no ar. O texto di­­plomático que dá forma legal ao Redd + já estava pronto e era dado como aprovado há um ano, na conferência de Copenhague.

Acertou-se que o Redd seria desenvolvido em três fases. Na primeira, os países criariam técnicas para contabilizar o carbono das florestas. Na segunda, ha­­veriam projetos em pequena escala. Na terceira, países tropicais realmente obteriam dinheiro pelas reduções realizadas.

Como reduzir desmatamento é muito mais barato do que eliminar usinas a carvão, por exemplo, países ricos que não queiram fa­­zer o dever de casa poderiam re­­correr aos créditos de Redd. Uma objeção da Bolívia à menção de qualquer mecanismo de mercado para o Redd devolveu o assunto à estaca zero, onde permaneceu até Cancún.

Pressão boliviana

O presidente boliviano, Evo Mo­­rales, afirmou ontem, na conferência do Clima de Cancún, que se as nações ricas desistirem de renovar o Protocolo de Kyoto e o compromisso de reduzir as emissões de carbono, "seremos responsáveis por um ecocídio e um genocídio". "Se mandarmos pa­­ra o lixo a partir de agora o Pro­­tocolo de Kyoto, seremos responsáveis por um economicídio, um ecocídio, portanto, um genocídio, porque estamos atentando contra a humanidade em seu conjunto", disse Morales.

Aplaudido pela plenária da conferência da ONU, Morales afirmou que os desastres do clima já tiram 300 mil vidas anualmente e que em poucos anos o número chegará a um milhão.

Um dos impasses da COP-16 diz respeito a preservar ou não o pacto de Kyoto depois de 2012 tem dificultado a reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), que termina hoje após duas semanas.

Os países terão de concordar em uma decisão sobre a questão, se quiserem destravar ou­­tros acordos sobre ajuda climática e proteção às florestas tropicais. "Está no fio da navalha, podemos muito bem ter um bom re­­sultado, mas também po­­­de­­mos ter um desastre", disse Chris Huh­­ne, se­­cretário de Ener­­­­gia e Mudança Climática da Grã-Bre­­tanha, um dos coordenadores das conversações sobre Kyo­­to na conferência que se realiza no resort de Cancún.

O impasse sobre Kyoto ainda bloqueia um acordo para reduzir o aquecimento global, afirmou o ministro do Meio Am­­bi­­ente da Índia. "O resultado ainda é muito incerto", disse à Reu­­ters Jairam Ramesh, após negociações que entraram ma­­dru­­gada adentro com os mais de 190 países. Os ne­­gociadores tentam criar um novo fundo para ajudar os países em desenvolvimento a combater e se adaptar à mudança climática.

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