Uma padaria brasileira e possivelmente uma mulher brasileira foram usadas no esquema de recrutamento de imigrantes ilegais pela empresa holandesa IFCO Systems North America, que na semana passada teve sete gerentes e 1.187 trabalhadores presos em 26 estados americanos.
A padaria fica em Westborough, no estado de Massachusetts, e seu nome continua sob sigilo, conforme os documentos do caso a que teve acesso o jornal "Boston Herald".
Um informante plantado na empresa como empregado gravou conversas e chegou a tomar parte no esquema de recrutamento de imigrantes ilegais. Ele foi enviado para treinar trabalhadores que falassem espanhol e português. Juntamente com o gerente geral Michael Ames, ele esteve em Westborough, numa padaria brasileira, na qual se encontrou com uma mulher que, falando português, sabia onde encontrar candidatos aos postos de trabalho da empresa. A mulher disse ao informante que os trabalhadores não teriam documentos, por estarem ilegalmente nos Estados Unidos.
Os funcionários contratados tinham descontados do salário gasto com moradia, transporte e serviço médico.
Ames e os demais gerentes da IFCo podem ser condenados a até dez anos de prisão e ter de pagar US$ 250 mil por cada imigrante ilegal contratado.
O recrutamento maciço se valeu de documentos falsos de Seguridade Social, o equivalente nos Estados Unidos ao CPF brasileiro.



