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Diplomacia

Países condenam ameaça à Síria

Rússia e China rebateram a afirmação do presidente Obama de que Bashar Assad enfrentará uma ação militar se usar armas químicas

Rebelde dispara contra forças do governo na região de al-Jadeida, onde mora a minoria cristã de Aleppo | Phil Moore/AFP
Rebelde dispara contra forças do governo na região de al-Jadeida, onde mora a minoria cristã de Aleppo (Foto: Phil Moore/AFP)

Rússia e China condenaram ontem as declarações do presidente americano, Barack Obama, que sugerem uma possível ação militar contra a Síria no caso do uso de armas químicas pelo regime de Bashar Assad.

Segundo Moscou, ações unilaterais que violem decisões do Conselho de Segurança não serão toleradas pelos dois governos – que já vetaram por três vezes resoluções contra Damasco nesse fórum.

"Rússia e China baseiam sua cooperação na necessidade de seguir estritamente as leis internacionais e os princípios contidos na Carta da ONU, e em não permitir suas violações", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, após encontro com o conselheiro de Estado da China, Dai Bingguo. "Acredito que este é o único caminho correto nas condições de hoje", acrescentou.

Na segunda-feira, Obama disse que a "linha vermelha" para seu governo é "começar a ver um monte de armas químicas sendo levadas de lá para cá ou sendo usadas". Segundo ele, já há "planos de contingência" para esses casos.

Acredita-se que o país tenha vasto arsenal, incluindo os gases mostarda e sarin. Já o governo sírio considerou as ameaças parte de uma "propaganda eleitoral" para o público americano e comparou as suspeitas aventadas por Obama com as denúncias sobre a existências de armas de destruição em massa no Iraque, que levaram à invasão do país vizinho em 2003.

"O Ocidente está procurando uma oportunidade para uma intervenção militar na Síria, mas uma intervenção assim é impossível", disse Qadri Jamil, vice-premiê sírio, durante coletiva de imprensa em Moscou, onde se encontrou com Lavrov.

"Quem considera isso evidentemente quer ver a crise se expandir para além da Síria", disse, numa referência velada ao argumento de que o Irã seria o real alvo de uma intervenção na Síria.

Saída

Em declarações reproduzidas por algumas agências de notícias, Jamil teria considerado ainda a possibilidade de negociar a saída de Assad – o que não foi confirmado pelo regime.

"Fazer da renúncia uma condição para manter o diálogo significa que nunca se poderá ter tal diálogo. Mas nas negociações se pode tratar de qualquer problema. Estamos dispostos, inclusive, a falar sobre esse ponto."

A agência russa RIA Novos­­ti, contudo, cita apenas o trecho em que Jamil resiste em colocar a renúncia de Assad como uma pré-condição para o diálogo. Segundo a agência, Jamil teria sugerido algum tipo de consulta popular sobre a saída do ditador.

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