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Chefes de governo do MED9, grupo de países do sul da Europa, em Valletta, Malta, durante a 10ª Cúpula Euro-Mediterrânea
Chefes de governo do MED9, grupo de países do sul da Europa, em Valletta, Malta, durante a 10ª Cúpula Euro-Mediterrânea| Foto: EFE/EPA/Domenic Aquilina

Os países do grupo MED9 pediram nesta sexta-feira (29) um aumento “significativo” dos esforços da União Europeia (UE) nas nações de origem e trânsito dos migrantes que tentam cruzar o Mediterrâneo a partir da África rumo à Europa.

Os líderes do MED9 - grupo que reúne França, Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Chipre, Malta, Croácia e Eslovênia - se reuniram na 10ª Cúpula Euro-Mediterrânea em Valletta, Malta, em um momento-chave para a política migratória por causa do debate sobre o Pacto Europeu de Migração e Asilo entre os Estados-Membros da UE.

“Os contrabandistas não decidem quem pode ou não entrar na Europa”, declarou a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, em entrevista coletiva para apresentar uma declaração que pede “uma abordagem renovada” a fim de reduzir efetivamente os movimentos e prevenir a saída de migrantes ilegais de seus países de origem.

O documento, que apoia muitas das posições defendidas por Meloni, pede o enfrentamento das “causas fundamentais da migração irregular, o desmantelamento das redes de contrabando de pessoas e a prevenção da partida de embarcações que não atendam aos padrões internacionais de segurança”.

Também pede para se “melhorar o índice de retorno de requerentes de asilo rejeitados e de outros cidadãos de países terceiros que não têm direito legal de permanecer na UE”.

“A situação que estamos vivendo é excepcional e exige uma resposta unida da Europa e solidariedade com Itália, Grécia e Espanha, principais países de desembarque de migrantes”, acrescentou o presidente da França, Emmanuel Macron, que se reuniu com Meloni e com a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, em paralelo à realização da cúpula.

Este é o segundo encontro entre Meloni e Macron nesta semana, após a reunião que tiveram na terça-feira em Roma, descrita pelo governo italiano como “longa e cordial”, após um período de divergências entre os dois países sobre questões de migração.

“Temos que melhorar nosso funcionamento interno para combater a migração”, disse Macron, referindo-se às negociações na UE “e à ação externa com os países africanos e de passagem”.

A declaração do MED9 foi feita depois que a negociação do último quesito que faltava para o pacto europeu foi interrompida na quinta-feira (28), quando tudo apontava para um acordo iminente. Porém, a Itália desistiu e seu ministro do Interior, Matteo Piantedosi, deixou a reunião prematuramente e partiu para Roma.

O último texto apresentado na quinta-feira foi apoiado por Alemanha e França, mas teve a oposição de Polônia e Hungria.

Meloni explicou que a Itália se retirou da reunião depois que a Alemanha propôs uma emenda relativa às ONGs de ajuda humanitária que ela considerou “um retrocesso”.

Ela criticou outros países europeus por concentrarem suas propostas na “redistribuição” de migrantes entre os países da UE e pediu mais medidas de colaboração com os países africanos, tanto de origem quanto de passagem para as centenas de milhares de pessoas que tentam chegar à Europa todos os anos.

“Não é uma solução um país jogar o problema para o outro”, insistiu.

Meloni também propôs que os navios de organizações humanitárias desembarquem os migrantes resgatados no Mediterrâneo em seus países de origem, em vez de nos portos italianos.

“Não se pode ser solidário e empurrar o problema para os outros”, ponderou a líder italiana, cujo governo não concorda com a Alemanha sobre a ajuda que este país oferece às organizações humanitárias para atuarem no Mediterrâneo.

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