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Os países ricos e pobres discutiram na quinta-feira sobre como ampliar a luta contra o aquecimento global depois de 2012, um problema que muitos delegados consideram ser uma das maiores ameaças à vida no planeta.

Cerca de 70 ministros de Meio Ambiente participam da reunião, de 6 a 17 de novembro. Eles já definiram maneiras de ajudar a África e outros lugares pobres a lidarem com secas e inundações que venham a ser provocadas pelas mudanças climáticas, mas estão profundamente divididos sobre como renovar o Protocolo de Kyoto.

"Às vezes não é fácil resolver problemas entre os três partidos do governo [alemão]. Aqui há 189 [países], e é difícil encontrar soluções", disse o ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel.

Muitos países ricos defendem na reunião uma revisão detalhada do Protocolo de Kyoto, que exige reduções nas emissões de poluentes em 35 países, antes de definir metas mais rígidas para depois de 2012, quando o tratado expira.

``Não é realista finalizar essa revisão tão abrangente aqui em Nairóbi. Precisamos decidir aqui como fixar uma linha temporal'', disse o ministro finlandês do Meio Ambiente, Jan-Erik Enestam, cujo país ocupa a presidência da União Européia neste semestre.

Alguns países pobres temem que tal revisão seja uma forma de levá-los a compromissos mais penosos.

Em nota, os países africanos disseram considerar que a revisão do Protocolo de Kyoto ``já ocorreu'' em Nairóbi.

Os países ricos defendem que as nações ricas se dediquem a se impor novas metas para depois de 2012 a respeito da redução nas emissões dos gases do efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono liberado por usinas, fábricas e carros.

A União Européia, responsável por 14 por cento das emissões mundiais de dióxido de carbono, quer que os países pobres comecem a limitar suas próprias emissões, mas o finlandês Enestam disse que a UE não busca limites semelhantes aos de Kyoto para os países em desenvolvimento.

Um influente diplomata disse que os países em desenvolvimento podem aceitar uma revisão mais completa de Kyoto em 2009 se os ricos aceitarem estabelecer novas regras para si próprios até o final de 2009. Até agora, as partes em negociação evitam falar em prazos.

Os Estados Unidos, maiores poluidores mundiais, não participam das discussões sobre Kyoto, já que o governo Bush retirou o país do tratado em 2001, alegando que os limites prejudicariam a economia norte-americana e deveriam valer também para os países em desenvolvimento.

Ambientalistas deram na quinta-feira ao Canadá o título de ''fóssil do dia'', alegando que a ministra do Meio Ambiente, Rona Ambrose, está ``enganando'' o mundo e traindo os compromissos canadenses com o Protocolo de Kyoto.

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